A Depressão e a Religiosidade em Doentes Hemodialisados
A saúde mental nos doentes em diálise e os fatores que a influenciam e a protegem foram ainda pouco estudados em Portugal. Vários estudos noutros países têm sugerido que a religiosidade pode ser um fator protetor relativamente à ocorrência de sintomatologia depressiva em doentes crónicos.O presente...
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Format: | Dissertation |
Language: | Portuguese |
Published: |
ProQuest Dissertations & Theses
01-01-2014
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Summary: | A saúde mental nos doentes em diálise e os fatores que a influenciam e a protegem foram ainda pouco estudados em Portugal. Vários estudos noutros países têm sugerido que a religiosidade pode ser um fator protetor relativamente à ocorrência de sintomatologia depressiva em doentes crónicos.O presente estudo é descritivo-correlacional e tem como principal objetivo avaliar as relações entre sintomatologia depressiva e religiosidade numa amostra clínica de doentes insuficientes renais em programa regular de hemodialise. Concomitantemente, pretende-se estudar a influência de algumas variáveis sociodemográficas e clinicas (estado civil, viver sozinho, tempo em diálise) sobre a ocorrência de sintomatologia depressiva. No estudo participaram 37 indivíduos, 22 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com idade média de 61.25, em hemodialise num Hospital da região de Setúbal. Como instrumentos de medida utilizou-se a versão portuguesa da Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos CES-D (Gonçalves & Fagulha, 2003) para avaliar a sintomatologia depressiva. O grau de religiosidade foi avaliado com a versão portuguesa da escala Systems of Belief Inventory(SBI-15R) (Holland et al., 1988, traduzida para português pelo Profº B.Gonçalves e Profª T. Fagulha) e um Questionário de Prática Religiosa. Foi ainda construída uma ficha sociodemográfica e clínica de modo a caracterizar a amostra.Ao compararmos uma amostra da população geral de portugueses adultos com idades superior a 30 anos com a nossa amostra clinica, concluímos que os sujeitos hemodialisados apresentam um nível médio de sintomatologia depressiva significativamente maior do que os participantes da população geral. Quanto à influência das variáveis sociodemográficas e clínicas na ocorrência de sintomatologia depressiva não se verificou nenhuma relação estatisticamente significativa nesta amostra. Também não parece existir nenhuma associação significativa entre a CES-D e as escalas de religiosidade quando se considera a totalidade da amostra. Contudo, nos sujeitos com escolaridade inferior ao 9º ano (n= 17) verificou-se que, existem correlações negativas entre a sintomatologia depressiva, quer na religiosidade avaliada pelo SBI-15R (r = -.40), quer a prática religiosa atual avaliada pelo Q de Prática Religiosa (r=-.50) Neste subgrupo a religiosidade parece portanto funcionar como fator protetor relativamente à ocorrência de sintomatologia depressiva. Pelo contrário, no subgrupo de participantes com grau académico mais elevado (n=20), maiores níveis de religiosidade (r=.44) tendem a estar associados a maiores índices de sintomatologia depressiva. |
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ISBN: | 9798383884218 |