Auto-Imunidade e Infertilidade

As doenças auto-imunes atingem frequentemente mulheres em idade fértil. Doenças como Tiroidite Auto-imune, Lúpus Eritematoso Sistémico e Síndrome Antifosfolipídico têm sido investigadas para possíveis associações com a falência da reprodução. A auto-imunidade pode influenciar diversos mecanismos da...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: da Silva, Ana Vitor Rodrigues
Format: Dissertation
Language:Portuguese
Published: ProQuest Dissertations & Theses 01-01-2011
Subjects:
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:As doenças auto-imunes atingem frequentemente mulheres em idade fértil. Doenças como Tiroidite Auto-imune, Lúpus Eritematoso Sistémico e Síndrome Antifosfolipídico têm sido investigadas para possíveis associações com a falência da reprodução. A auto-imunidade pode influenciar diversos mecanismos da reprodução, como a falência ovárica prematura, implantação embrionária e abortos de repetição.A tiroidite auto-imune é uma patologia muito frequente na população feminina. Verificou-se uma maior prevalência desta doença em mulheres inférteis, principalmente com endometriose, estando associada a um aumento da taxa de abortos espontâneos. A fisiopatologia subjacente a esta associação permanece pouco clara, no entanto, existem algumas hipóteses explicativas: alguns consideram a acção directa dos auto-anticorpos na placenta, outros defendem que o baixo nível de hormonas tiroideias durante a gestação pode por si só levar a abortos espontâneos. Os testes de função tiroideia e anticorpos anti-tiroideus devem ser incluídos no acompanhamento de mulheres inférteis de modo a identificar as pacientes que podem beneficiar de um tratamento imediato, bem como de uma vigilância apertada durante a gravidez.O Lúpus Eritematoso Sistémico é uma doença auto-imune que atinge primariamente mulheres em idade reprodutiva. A gravidez de uma paciente com esta patologia apresenta um risco aumentado de abortamento, parto prematuro, pré-eclâmpsia, e atraso de crescimento intra-uterino. A actividade da doença aumenta significativamente o risco destas complicações. Por esta razão, a altura da gravidez deve coincidir com um período de remissão da doença.O Síndrome Antifosfolipídico consiste na presença de anticorpos anti-fosfolipídicos em associação com manifestações clínicas de trombose arterial/venosa ou complicações obstétricas específicas. Este síndrome é frequentemente visto em associação com Lúpus e tem sido correlacionado com abortos recorrentes. Acredita-se que o mecanismo de perda fetal seja a ligação dos anticorpos antifosfolipídicos às células do trofoblasto, resultando na formação deficiente da placenta. As complicações trombóticas na circulação uteroplacentária também têm sido propostas como mecanismo contribuinte. A terapêutica ant i-trombótica é fortemente recomendada nestas pacientes.Fortes evidências indicam que a auto-imunidade é primariamente responsável por falência ovárica prematura, principalmente em casos associados com tiroidite auto-imune, Doença de Addison, e outras doenças poliendócrinas auto-imunes.Diversos autores destacaram a influência de factores auto-imunes major na implantação, nomeadamente a existência de anticorpos anti-fosfolipídicos e anticorpos anti-nucleares, dando ênfase ao potencial papel que eles podem desempenhar no processo reprodutivo.
ISBN:9798383490723