Spatial Distribution of Cetaceans in the Bay of Biscay and Implications of the Marine Strategy Directive for their Conservation

Os mares europeus possuem uma grande diversidade de habitats e espécies que, lamentavelmente, continua a perder-se a um ritmo dramático, quase sempre em resultado das actividades humanas. No que diz respeito às populações de cetáceos, o espectro de potenciais impactos é alargado, sendo as capturas a...

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Main Author: de, Andrade Marina Isabel Laborde Basto
Format: Dissertation
Language:English
Published: ProQuest Dissertations & Theses 01-01-2008
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Description
Summary:Os mares europeus possuem uma grande diversidade de habitats e espécies que, lamentavelmente, continua a perder-se a um ritmo dramático, quase sempre em resultado das actividades humanas. No que diz respeito às populações de cetáceos, o espectro de potenciais impactos é alargado, sendo as capturas acessórias das pescas (‘bycatch’) e as alterações climáticas, aparentemente, as maiores ameaças.O Golfo da Gasconha é reconhecido como uma das áreas mais produtivas e como o centro de maior diversidade de cetáceos no Nordeste Atlântico. Das 86 espécies de cetáceos, actualmente reconhecidas pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), cerca de 20 têm a sua área de distribuição no Golfo da Gasconha, incluindo tanto misticetes como odontocetes.No Golfo da Gasconha e nas águas ao largo da Península Ibérica, as pescas constituem uma actividade primordial e, como tal, o ICES (Conselho Internacional para a Exploração dos Mares) considerou o bycatch de cetáceos, nesta região, um problema fundamental. Existe o Regulamento 812/2004 da UE que estabelece medidas respeitantes às capturas acidentais de cetáceos nas pescas, no entanto, estas medidas ainda não estão a ser implementadas por todos os países envolvidos, entre os quais, Espanha e Portugal. Na área de estudo, o golfinho-comum é, de longe, o mais capturado acidentalmente, e estes incidentes ocorrem particularmente nas pescarias com arrasto pelágico e arrasto de fundo com parelha usando redes de grande abertura vertical.As alterações na distribuição, abundância e composição das comunidades de presas de cetáceos estão fortemente relacionadas com factores climáticos, particularmente a temperatura da água, e parecem constituir a maior ameaça resultante das alterações climáticas para as populações de mamíferos marinhos. Com excepção das espécies dependentes do gelo e daquelas que efectuam migrações sazonais de larga distância, as outras espécies devem mostrar alguma adaptabilidade de resposta a alterações graduais do meio, a menos que os efectivos populacionais já registem níveis baixos.Está a tornar-se cada vez mais óbvio que, em resposta a estes problemas sobre o estado do meio marinho, urge direccionar esforços de conservação para os oceanos. Uma análise efectuada na Europa detectou uma estrutura institucional inadequada para a gestão dos mares. Assim, muito recentemente, em Junho de 2008, a UE estabeleceu um quadro para a protecção, preservação e restauração do meio marinho – Directiva-Quadro ‘Estratégia Marinha’ (DQEM) – cujo principal objectivo é atingir ou manter um ‘bom estado ambiental’ até ao ano de 2020, através da implementação de Estratégias Marinhas Regionais que devem contemplar uma abordagem ecossistémica.Surge, então, a necessidade de haver indicadores ecológicos que possam ser aplicados em série para caracterizar o estado actual do meio e detectar, seguir e /ou prever alterações significativas na estrutura e função do ecossistema, em resposta a perturbações ambientais. Estes indicadores são necessários para avaliar o progresso dos objectivos das políticas ambientais, permitindo indicar a necessidade de acção e orientar as políticas e gestão sobre a complexidade do ecossistema marinho de forma simples e quantificável.Há uma grande variedade de estudos que indicam que a distribuição e abundância relativa de predadores marinhos podem estar relacionadas com algumas características ambientais, podendo portanto, ser utilizadas como indicadores das distribuições das presas e processos do ecossistema subjacentes.Neste contexto, este estudo propõe-se investigar a distribuição espacial de Verão dos cetáceos em águas oceânicas da região do Golfo da Gasconha, através do uso de variáveis fisiográficas (profundidade - DEP) e oceanográficas (temperatura superficial da água - SST, clorofila-a - CLA e altura do nível do mar - SSH), bem como gerar modelos (GAM) de ocorrência e densidade relativa e os respectivos mapas preditivos para as espécies mais avistadas (baleia-comum, golfinho-comum e golfinho-riscado).Este estudo baseou-se nos dados do projecto CODA (Cetacean Offshore Distribution and Abundance) que decorreu em Julho de 2007. Durante a campanha foram identificadas 13 espécies de cetáceos, das quais 3 de misticetes e 10 de odontocetes. Apesar da menor riqueza específica, as baleias representaram mais de metade do número total de avistamentos (~56%). As espécies mais frequentes foram a baleia-comum, seguida pelo golfinho-comum, golfinho-riscado e cachalote. De entre os zífios, o mais comum foi a baleia-de-bico-de-Cuvier.As baleias foram mais observadas na região Oeste da área de estudo sobre a planície abissal, enquanto os delfinídeos e os zífios foram predominantemente avistados na parte interior do Golfo. Os cachalotes estavam distribuídos de forma uniforme. Foi evidente uma maior diversidade de espécies sobre os canhões submarinos e áreas adjacentes. Esta afinidade já foi anteriormente relatada e pode dever-se ao facto de estruturas topográficas abruptas poderem concentrar zooplâncton.
ISBN:9798381261509