Consumo De álcool : Da experimentação Precoce Ao Consumo De Risco
O consumo de álcool é um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial. De acordo com os dados apresentados pela OMS em 2014 sobre o consumo de álcool, continua a verificar-se uma maior prevalência de consumidores do sexo masculino, apesar de se constatar um aumento do consumo no sexo fe...
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Format: | Dissertation |
Language: | Portuguese |
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ProQuest Dissertations & Theses
01-01-2018
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Summary: | O consumo de álcool é um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial. De acordo com os dados apresentados pela OMS em 2014 sobre o consumo de álcool, continua a verificar-se uma maior prevalência de consumidores do sexo masculino, apesar de se constatar um aumento do consumo no sexo feminino, paralelamente a diversas mudanças de comportamento de género que têm ocorrido na sociedade nas últimas décadas. A mesma fonte alerta para as alterações que o consumo de bebidas alcoólicas tem vindo a apresentar, como por exemplo, no que se refere à idade de experimentação, ao tipo de bebidas consumidas e padrão de consumo, em especial pelo aumento de binge drinkers. Também em Portugal, pelo menos desde 1999, se pode identificar uma tendência de alteração no sentido das apresentadas pela OMS no que se refere ao consumo de álcool, nas novas formas de beber, nos novos consumidores de bebidas alcoólicas e na idade de início de consumo. A tendência para uma igualização no padrão de consumo entre os sexos é particularmente preocupante quanto é conhecida uma maior vulnerabilidade feminina para o uso de álcool. Assim e com o objetivo de compreender o impacto das alterações nos padrões de consumos identificados desde o final da década de 90 e os fatores de vulnerabilidade pessoais para este tipo de consumo realizou-se a presente investigação. Para alcançar este objetivo foram realizados dois estudos. O Estudo A, de natureza quantitativa descritivo e correlacional teve como objetivo identificar os padrões de consumo dos jovens adultos com idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos em processo educativo formal, profissional ou académico, do concelho de Lisboa; o Estudo B, de natureza qualitativa, visou compreender a trajetória de vida das pessoas com consumo de risco desde a experimentação até à atualidade. Os indivíduos identificados com perfil de risco no Estudo A constituíram a amostra do Estudo B. Concluiu-se que 1/5 da amostra não consome bebidas alcoólicas e que 89,20% apresenta consumos sem riscos para a saúde. No entanto, 61,26% dos participantes que consomem álcool apresentam um consumo de risco, do tipo binge drinking. A variável pessoal sentido de coerência mostrou-se influenciadora destes resultados. A análise das trajetórias daqueles que apresentaram padrões de consumo mais graves (consumo nocivo e dependência) mostrou idades de experimentação precoces. O facto de a experimentação acontecer cedo na vida destes participantes, e de uma tendência para a igualização entre os sexos, traduz-se em carreiras de consumo diferentes das encontradas no passado e onde são evidentes outro tipo de consequências socias, tais como as disrupções familiares. Este estudo salienta a importância das primeiras experiências de consumo e para o papel que o álcool assume na interação social. Mostra, também, a importância da família e da rede social na aprendizagem dos consumos de bebidas alcoólicas sem riscos para a saúde e da relevância de fatores pessoais tais como o sentido de coerência na prevenção de comportamentos que coloquem a saúde em risco. As alterações no padrão de consumo de bebidas alcoólicas identificadas nas últimas décadas realçam a necessidade de serem realizadas intervenções que visem a prevenção do consumo desta substância desde idades muito precoces, devendo também prolongar-se pelas etapas de vida seguintes. Estas, deverão incluir além dos serviços de saúde, outros elementos da sociedade de que é exemplo a escola, uma vez que esta é um contexto de importante interação durante um período alargado da vida. |
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ISBN: | 9798505534250 |