A adequada comunicação entre os profissionais médicos reduz a mortalidade no centro de tratamento intensivo Appropriate medical professionals communication reduces intensive care unit mortality

OBJETIVOS: A falha de comunicação entre os profissionais de saúde em centros de tratamento intensivo pode estar relacionada ao aumento de mortalidade dos pacientes criticamente doentes. Este estudo teve como objetivo avaliar se falhas de comunicação entre os médicos assistentes e os médicos rotineir...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published in:Revista Brasileira de terapia intensiva Vol. 22; no. 2; pp. 112 - 117
Main Authors: Cassiano Teixeira, Terezinha Marlene Lopes Teixeira, Sérgio Fernando Monteiro Brodt, Roselaine Pinheiro Oliveira, Felippe Leopoldo Dexheimer Neto, Cíntia Roehrig, Eubrando Silvestre Oliveira
Format: Journal Article
Language:English
Published: Associação de Medicina Intensiva Brasileira 01-06-2010
Subjects:
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:OBJETIVOS: A falha de comunicação entre os profissionais de saúde em centros de tratamento intensivo pode estar relacionada ao aumento de mortalidade dos pacientes criticamente doentes. Este estudo teve como objetivo avaliar se falhas de comunicação entre os médicos assistentes e os médicos rotineiros do centro de tratamento intensivo teriam impacto na morbidade e mortalidade dos pacientes críticos. MÉTODOS: Estudo de coorte incluindo pacientes não consecutivos admitidos no centro de tratamento intensivo durante 18 meses. Os pacientes foram divididos em 3 grupos conforme o hábito de comunicação de seus médicos assistentes com os médicos rotineiros: CD - comunicação diária da conduta (>75% dos dias); CE - comunicação eventual (25 a 75% dos dias); RC - rara comunicação (<25% dos dias). Foram coletados dados demográficos, escores de gravidade, motivo de internação no centro de tratamento intensivo, tempo de internação no centro de tratamento intensivo e intervenções realizadas nos pacientes. Foram analisadas as conseqüências da falha na comunicação entre os profissionais médicos (atraso na realização de procedimentos, na realização de exames diagnósticos, no início de antibioticoterapia, no desmame do suporte ventilatório e no uso de vasopressores) e inadequações de prescrição médica (ausência de cabeceira elevada, ausência de profilaxia medicamentosa para úlcera de estresse e para trombose venosa profunda) relacionando-as com o desfecho dos pacientes. RESULTADOS: Foram incluídos 792 pacientes no estudo, sendo agrupados da seguinte maneira: CD (n =529), CE (n =187) e RC (n =76). A mortalidade foi maior nos pacientes pertencentes ao grupo RC (26,3%) comparada aos demais (CD =13,6% e CE =17,1%; p <0,05). A análise multivariada demonstrou que o atraso no início de antibióticos [RR 1,83 (IC95%: 1,36 - 2,25)], o atraso no início do desmame ventilatório [RR 1,63 (IC95%: 1,25 - 2,04)] e a não prescrição de profilaxia para trombose venosa profunda [RR 1,98 (IC95%: 1,43 - 3,12)] contribuíram de forma independente para o aumento de mortalidade dos pacientes. CONCLUSÃO: A falta de comunicação entre médicos assistentes e rotineiros do centro de tratamento intensivo pode aumentar a mortalidade dos pacientes, principalmente devido ao atraso no início de antibióticos e no desmame da ventilação mecânica e a não prescrição de profilaxia para trombose venosa profunda.OBJECTIVES: Communication issues between healthcare professionals in intensive care units may be related to critically ill patients’ increased mortality. This study aimed to evaluate if communication issues involving assistant physicians and routine intensive care unit physicians would impact critically ill patients’ morbidity and mortality. METHODS: This was a cohort study that included non-consecutive patients admitted to the intensive care unit for 18 months. The patients were categorized in 3 groups according to their assistant doctors’ versus routine doctors communication uses: DC - daily communication during the stay (>75% of the days); EC - eventual communication (25 to 75% of the days); RC - rare communication (< 25% of the days). Demographic data, severity scores, reason for admission to the intensive care unit and interventions were recorded. The consequences of the medical professionals communication failures (delayed procedures, diagnostic tests, antibiotics, ventilatory weaning, vasopressors) and medical prescriptions inadequacies (no bed head elevation, no stress ulceration and deep venous thrombosis drug prophylaxis), and their relationship with the patients outcomes were analyzed. RESULTS: 792 patients were included, and categorized as follows: DC (n=529); EC (n=187) and RC (n=76). The mortality was increased in the RC patients group (26.3%) versus the remainder groups (DC = 13.6% and EC = 17.1%; p<0.05). A multivariate analysis showed that delayed antibiotics [RR 1.83 (CI95%: 1.36 -2.25)], delayed ventilatory weaning [RR 1.63 (CI95%: 1.25-2.04)] and no deep venous thrombosis prophylaxis [RR 1.98 (CI95%: 1.43 - 3.12)] contributed independently for the increased mortality. CONCLUSION: The failure in the assistant and routine intensive care doctors communication may increase the patients’ mortality, particularly due to delayed antibiotics and ventilation weaning, and lack of deep venous thrombosis prophylaxis prescription.
ISSN:0103-507X
1982-4335
DOI:10.1590/S0103-507X2010000200003