PROGNÓSTICO CLÍNICO PARA SÍNDROME DEPRESSIVA EM GESTANTES SOROPOSITIVAS PARA O TOXOPLASMA GONDII

• Published in: The Brazilian journal of infectious diseases Vol. 26; p. 102534
• Main Authors: Débora Nonato M. de Toledo, Zolder Marinho Silva, Priscilla Vilela dos Santos, Luiza Oliveira Perucci, Yasmim Nogueira Medina, Flávia Galvão Hó, Sirlaine Pio Gomes da Silva, Bianca Machado, André Talvani
• Format: Journal Article
• Language: English
• Published: Elsevier 01-09-2022
• ISSN: 1413-8670

Introdução: A síndrome depressiva é uma doença com curso clínico caracterizado por um ou mais episódios depressivos, sem história de episódios maníacos, mistos ou hipomaníacos. O desenvolvimento da síndrome depressiva durante a gestação apresenta-se associado às complicações obstétricas, como a falta de cuidados no pré-natal, o alcoolismo, o tabagismo, o uso de drogas psicoativas e os quadros infecciosos e, em alguns casos, culmina em morte fetal ou aborto espontâneo. O Toxoplasma gondii é um protozoário associado a alterações comportamentais e transtornos mentais na população geral e, no caso das gestantes não imunes, ele pode ocasionar a toxoplasmose gestacional. Objetivo: Sendo a gestação e a infecção por T. gondii eventos geradores e dependentes da resposta imune materna e, assumindo a relação direta do parasito com o sistema nervoso central em mamíferos, o objetivo deste estudo foi investigar a síndrome depressiva em gestantes soropositivas para o T. gondii. Método: Gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde do município de Ouro Preto, MG, foram avaliadas clinicamente e responderam a questionários sobre aspectos socioeconômicos, ambientais e antropométricos, e sobre sua saúde mental (Escala de Depressão pós-parto de Edimburgo e Questionários de Depressão de Beck, Episódio Depressivo Maior/EDM e Transtorno de Humor). Resultados: Entre as 47 gestantes avaliadas, a prevalência de soropositividade para T. gondii foi de 38,2% (n = 18). Com relação aos demais parâmetros analisados, 49% encontravam-se no 2° trimestre da gestação atual, e o excesso de peso foi observado em 34% na amostra avaliada. No histórico familiar das gestantes, 27,7% apresentavam histórico familiar de depressão e, 36,1% destas relataram histórico pessoal da doença e 8,5% já apresentaram quadro de depressão pós-parto. Quanto à saúde mental individual, observou-se 65,9% das gestantes com um quadro de depressão leve, 72,3% foram negativas no quadro de depressão pós-parto e apenas 8,5% apresentavam quadros de EDM atual e recorrente. O questionário de distúrbio de humor foi aplicado em 10 gestantes que anteriormente apresentaram 8 respostas afirmativas durante o questionário de EDM, entre estas gestantes não foi observado quadros de distúrbios de humor. Conclusão: De acordo com os dados encontrados, não foi observada dependência da infeção por T. gondii com quadro depressivo entre as gestantes. As condições socioeconômicas, ambientais, alimentares, gestacionais e de saúde mental não apresentaram interdependência com a síndrome depressiva. Ag. Financiadora: CAPES. Nr. Processo: 23467219.7.0000.5150.