RECUPERAÇÃO DE SANGUE INTRAOPERATÓRIA EM CIRURGIA NA CARDIOPATIA CONGÊNITA: ESTUDO MULTICÊNTRICO
O tratamento cirúrgico na Cardiopatia Congênita modificou a história natural da doença. Antigamente, apenas aqueles pacientes com alterações consideradas de menor complexidade sobreviviam e atingiam a maturidade. Estima-se que cerca de 24 mil crianças nasçam por ano com alguma cardiopatia e que 30%...
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Published in: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; p. S748 |
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Format: | Journal Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
01-10-2023
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Summary: | O tratamento cirúrgico na Cardiopatia Congênita modificou a história natural da doença. Antigamente, apenas aqueles pacientes com alterações consideradas de menor complexidade sobreviviam e atingiam a maturidade. Estima-se que cerca de 24 mil crianças nasçam por ano com alguma cardiopatia e que 30% necessitem de tratamento cirúrgico e/ou intervencionista no primeiro ano de vida. Cerca de 40% dos casos são considerados de baixa complexidade e podem ser tratados na maioria dos centros de cirurgia cardíaca, mas 20% a 25% dos casos são considerados complexos, raros e requerem suportes extremamente especializados e multidisciplinares. Recém-nascidos e crianças submetidas a cirurgia cardíaca com Circulação Extracorpórea (CEC), normalmente requerem um grande número de transfusões de sangue alogênico e hemoderivados. Hoje, com um grande aumento dessas cirurgias complexas, há uma preocupação maior em relação ao suporte hemoterápico adequado e as possíveis complicações transfusionais do sangue alogênico. O crescente reconhecimento da morbimortalidade, associadas às transfusões, aumentou o interesse na restrição, modificação e no uso de técnicas de conservação sanguíneas, sendo a recuperação de sangue automatizada a mais utilizada, eficaz e segura em cirurgias cardíacas. Objetivo: Avaliar a eficácia e o rendimento da recuperação de sangue autólogo intraoperatório em cirurgia cardíaca na Cardiopatia Congênita, e consequentemente diminuir o número de transfusões e as possíveis reações do sangue alogênico. Metodologia: Foram avaliados 124 pacientes em 14 hospitais privados em 3 estados brasileiros (SP; RJ; DF), que se submeteram à cirurgia cardíacacom o uso de processadoras automatizadas de sangue (Sorin ‒ XTRA), no período de junho a dezembro de 2022. Os bowls foram preconizados conforme a volemia das crianças, sendo que nos de 55 mL foram 31, nos de 125 mL de 84 e nos de 225 mL foram 9 pacientes, conforme protocolo próprio (GSH) de validação para cada volume. Nos antecedentes pessoais, 32 pacientes (25,8%) apresentavam cirurgia cardíaca prévia. Foram realizados todos os tipos de cirurgias, adequadas a cada caso (CIA; CIV; Valvar; Redicionamento do Fluxo Sanguíneo; Jatene; Glenn; T4F, entre outras). Resultados: A idade variou de dias de nascimento até 16 anos, não havendo diferença significativa em relação ao sexo. O volume total de Concentrado de Hemáciasautólogos (CH) recuperados foi de 46.606 mL (64/1.433), que equivale a 121,8 bolsas autólogas, sendo em média de 375,8 mL/criança, correspondendo a 1 unidade de CH. A média dos tempos de cirurgia, perfusão e anóxia foram de 4h:27”; 117,3” e 75,4” respectivamente. Em relação ao uso de sangue alogênico nessas crianças, 117 (94,3%) utilizaram CH no centro cirúrgico, pois necessitam dele para fazer o “prime”da CEC, na UTI foram 64 (51,6%) e na enfermaria 6 (4,8%). Houveram 7 (5,6%) casos de reabordagem cirúrgica, devido a quadros hemorrágicos. Seis crianças (4,8%) utilizaram apenas o seu próprio sangue recuperado durante toda a sua internação. Conclusão: A cirurgia cardíaca na Cardiopatia Congênita é acompanhada de alto risco hemorrágico, devido a sua complexidade e em várias etapas (reoperações) do crescimento e, portanto, imprescindível o uso de técnicas de conservação sanguínea, sendo a recuperação de sangue intraoperatória uma técnica segura e eficaz. |
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ISSN: | 2531-1379 |