PREVALÊNCIA DE EFEITOS ADVERSOS CARDIOVASCULARES NOS USUÁRIOS DE INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE DE BRUTON DO SERVIÇO DE HEMATOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Introdução: A Tirosina Quinase de Bruton (TKB) é uma proteína citoplasmática encontrada em células linfoides de linhagem B e o seu bloqueio por meio de inibidores (ITKB) é aprovado para o tratamento de neoplasias com essa origem celular. Além da eficácia medicamentosa são também descritos efeitos ad...

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Published in:Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; p. S158
Main Authors: JF Lopes, YS Rabelo, GG Heck, MJS Vasconcelos, MG Duarte, WWF Costa, AM Carvalho, MM Dias, ACB Bomfim, BL Souza
Format: Journal Article
Language:English
Published: Elsevier 01-10-2023
Online Access:Get full text
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Description
Summary:Introdução: A Tirosina Quinase de Bruton (TKB) é uma proteína citoplasmática encontrada em células linfoides de linhagem B e o seu bloqueio por meio de inibidores (ITKB) é aprovado para o tratamento de neoplasias com essa origem celular. Além da eficácia medicamentosa são também descritos efeitos adversos clássicos cardiovasculares como Hipertensão Arterial (HAS) e Fibrilação Atrial (FA). Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes em tratamento com ITKB e a prevalência de efeitos adversos cardiovasculares no serviço de hematologia do HC/UFG. Metodologia: Análise de prontuários dos pacientes em uso de ITKB (ibrutinibe e acalabrutinibe) no serviço de hematologia do Hospital das Clínicas da UFG nos últimos 5 anos, entre Janeiro de 2017 a Novembro de 2022. Resultados: Nessa pesquisa foram encontrados 24 pacientes. Destes, 70.8 % (17) eram portadores de Leucemia Linfoide Crônica, 20.8 % (5) Linfoma de células do Manto, 4.2% (1) portador de Linfoma de Zona Marginal Esplênico e 4.2% (1) portador de Macroglobulinemia de Waldestrom. Entre os ITKB o mais utilizado foi o Ibrutinibe com 87.5 %, seguido pelo Acalabrutinibe com 12.5%. O sexo masculino foi mais prevalente com 62.5% contra 37.5% do sexo feminino. Foi evidenciado que a idade média ao diagnóstico foi de 64.7 anos, variando entre 49 e 80 anos. O ITKB foi usado na maioria dos casos em terceira linha de tratamento (12 vezes); além de 9 vezes em segunda linha de tratamento, 2 vezes em primeira linha e 1 vez em quarta linha. O tempo médio entre o diagnóstico e o início de ITKB 57.4 meses, variando entre 4 e 151 meses. Dentre os pacientes avaliados, 62.5% apresentavam HAS previamente ao uso de ITKB, e 62.5% após o uso de ITKB, dessa forma nenhum paciente desenvolveu hipertensão durante o tratamento. Discussão: Nenhum paciente apresentava FA prévia ao ITKB, com descrição na literatura de 6% de arritmia prévia e 20.8% (5 pacientes) desenvolveram FA após introdução de ITKB, em 100% dos casos a FA ocorreu com o uso de Ibrutinibe, assim, não foi observada arritmia nos pacientes que utilizaram Acalabrutinibe. Ademais, 60% dos pacientes eram previamente hipertensos, 80% eram homens e a idade média na complicação com fibrilação atrial foi de 72.8 anos. Além do que, 80% (4 pacientes) estavam em terceira linha de tratamento, 1 paciente (20%) estava em segunda linha de tratamento e nenhum paciente apresentou FA durante o uso de ITKB como primeira linha de tratamento. Vale a pena ressaltar que 60% dos pacientes que apresentaram FA como complicação estavam em vigência de sepse durante o episódio de arritmia. Observou-se ainda que 1 paciente apresentou hemorragia digestiva alta que levou ao óbito, configurando sangramento maior. Conclusão: Neste estudo de prevalência foi visto que dentre os pacientes avaliados houve incidência significativa de FA, superando inclusive os níveis relatados em literatura, 20.8% versus 4-16%, porém é necessário ressaltar que excluindo pacientes que estavam em vigência de sepse houve FA em 8.3% dos casos, compatível com a literatura. Ademais, também foi encontrada relação positiva da FA com HAS (62.5%), sendo esse o principal fator de risco relatado, além de sangramento grave em 4% da amostra, dado esse também compatível com a literatura.
ISSN:2531-1379