ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE LEISHMANIA EM DOADORES DE SANGUE NA CIDADE DE SÃO PAULO

• Published in: Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; pp. S890 - S891
• Main Authors: IS Lima, SC Ferreira, NK Junior, JE Ferreira, CMC Gomes, ASN Oshiro, NA Salles, V Rocha, A Lindoso, AM Junior
• Format: Journal Article
• Language: English
• Published: Elsevier 01-10-2024
• ISSN: 2531-1379
• DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1511

Introdução: A principal via de transmissão da Leishmania é através da picada do flebotomíneo. No entanto, há relatos na literatura da transmissão por transfusão de sangue, sexual e transplacentária. A sobrevivência do parasita e a sua infectividade em condições de armazenamento de hemocomponentes em bancos de sangue foram comprovadas. A transmissibilidade por transfusão foi demonstrada em modelos animais. Objetivo: Determinar a prevalência de Leishmania sp em doadores de sangue em região não endêmica. Métodos: Estudo transversal, prospectivo, que incluiu 5.000 amostras de doadores de sangue, no período de Janeiro a dezembro de 2023. A triagem sorológica foi realizada utilizando um teste de Elisa IgG in house, no qual utilizamos cultura de Leshmania chagasi , Nas amostras que apresentaram sorologia positiva ou inconclusiva. Realizamos PCR em tempo real da região ITS e kdna, de acordo com o protocolo de Pirmez et al, 1999, como confirmatório. Resultados: Dentre as 5.000 amostras testadas encontramos uma soroprevalencia para leishmania de 2,82% (141). Nenhuma amostra reativa no teste de Elisa apresentou positividade no PCR em tempo real para regiões ITS e Kdna. Conclusão e discussão: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas estão sob risco de contrair a doença em mais de 89 países. O desmatamento e as substituições das florestas por plantações ou moradias levam os indivíduos a habitarem próximos ao ambiente natural dos flebotomíneos e reservatórios naturais, fatores relacionados às leishmanioses. Outros fatores importantes para o aumento dos casos de leishmaniose e a expansão da doença para áreas não endêmicas incluem a globalização, o aquecimento global e o ecoturismo. A transmissão de leishmania durante transfusão de sangue tem sido uma grande preocupação em áreas endêmicas, principalmente leishmania visceral por apresentarem fase latente mais prolongada. No nosso estudo encontramos uma soroprevalência de 2,82% em doadores de sangue, mas nenhum desses doadores apresentou parasitemia confirmada pelo teste de PCR. Pelo fato da leishmania ser um parasita intra leucocitário, a leucorredução universal tem sido sugerida como medida para diminuição do risco de transmissão de Leishmania pela transfusão.