Série de Casos de 103 Crianças com Infeção por SARS-CoV-2 em Portugal

Introdução: O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte foi ativado para referência de doentes com infeção SARS-CoV-2 em 11 de março de 2020. O objetivo deste estudo é descrever a experiência do Departamento de Pediatria na abordagem e evolução clínica de crianças infetadas.Material e Métodos: Re...

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Published in:Acta médica portuguesa Vol. 33; no. 12; pp. 795 - 802
Main Authors: Picão de Carvalho, Clara, Castro, Carolina, Sampaio Graça, Isabel, Lorenzo, Cristina, Barbosa Rodrigues, Ana, Inácio, Rafael, Prata, Filipa, Mouzinho, Ana, Pinto, Sara, Marques, José Gonçalo
Format: Journal Article
Language:English
Portuguese
Published: Ordem dos Médicos 02-12-2020
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Description
Summary:Introdução: O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte foi ativado para referência de doentes com infeção SARS-CoV-2 em 11 de março de 2020. O objetivo deste estudo é descrever a experiência do Departamento de Pediatria na abordagem e evolução clínica de crianças infetadas.Material e Métodos: Realizámos um estudo observacional descritivo. Incluímos as crianças e adolescentes (0 aos 18 anos) com infeção por SARS-CoV-2 diagnosticados na urgência e internamento do nosso departamento entre 11 de março e 18 de junho de 2020. Consultámos registos internos e a plataforma Trace COVID-19 e contactámos os cuidadores para avaliação de seguimento.Resultados: De 103 crianças diagnosticadas, 83% tiveram contacto prévio identificado com doente infetado, 43% doentes apresentaram febre e 42% sintomas respiratórios. Em 10% havia fatores de risco; 21% tinham idade inferior a um ano. Foram internadas 10% das crianças, uma em cuidados intensivos com síndrome inflamatória multissistémica pediátrica. Foi efetuada avaliação laboratorial em 9%, radiografia torácica em 7%. Nenhum recebeu suporte ventilatório, terapêutica antiviral ou realizou tomografia computorizada torácica. Foram reobservadas em serviço de urgência 8% das crianças, sendo internada uma. A evolução foi conhecida em 101 casos sendo favorável em todos.Discussão: A maioria dos doentes tinha link epidemiológico familiar e pouca repercussão clínica, mesmo no primeiro ano de vida. A menor gravidade esperada na criança motivou a adoção de critérios habituais noutros quadros clínicos semelhantes para a realização de exames complementares de diagnóstico e internamento hospitalar. Não foi administrada terapêutica antiviral em nenhum doente por se considerar haver pouca evidência de benefício.Conclusão: Esta estratégia traduziu-se num baixo consumo de recursos hospitalares e revelou-se segura nesta série.
ISSN:0870-399X
1646-0758
DOI:10.20344/amp.14537