Entre a simplificação e a complexidade, a heterogeneidade: Teoria Ator-Rede e uma nova epistemologia para os estudos organizacionais

Este artigo discute e reflete sobre a relevância de considerar a mediaçâo foco de análise da heterogeneidade na Teoria Ator-Rede (TAR) nos estudos organizacionais, confrontando-a com duas perspectivas paradigmáticas muito discutidas atualmente - simplificaçâo e complexidade. Para tanto, inicialmente...

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Published in:Cadernos EBAPE.BR Vol. 15; no. 4; pp. 877 - 899
Main Authors: de Oliveira, Verônica Macário, Valadão, José de Arimatéia Dias
Format: Journal Article
Language:English
Portuguese
Published: Rio de Janeiro Fundação Getulio Vargas, EBAPE - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas 01-12-2017
Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
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Summary:Este artigo discute e reflete sobre a relevância de considerar a mediaçâo foco de análise da heterogeneidade na Teoria Ator-Rede (TAR) nos estudos organizacionais, confrontando-a com duas perspectivas paradigmáticas muito discutidas atualmente - simplificaçâo e complexidade. Para tanto, inicialmente, trata da crise do paradigma moderno, mostra a transiçâo desse paradigma para o paradigma da complexidade e situa os estudos organizacionais nesse novo paradigma. Em seguida, mostra sinteticamente a trajetória histórica da heterogeneidade e entâo evidencia como ela é conceituada na TAR como possibilidade epistemológica para os estudos organizacionais. Por fim, destaca algumas consideraçöes sobre a mediaçâo como foco de análise da heterogeneidade na TAR. O argumento defendido é que, a partir da análise heterogénea dos fatores sociais, tecnológicos e naturais, inter-relacionados no que a TAR denomina atores-redes, é possível superar, nos estudos organizacionais, a circularidade em que os paradigmas modernos da simplificaçâo e da complexidade estâo inseridos. Isso porque a heterogeneidade, da forma como pressuposta no contexto da simplificaçâo ou complexidade, trata-se, sobretudo, de concepçöes estáticas da realidade e, para a TAR, a heterogeneidade é sobretudo relacional, trata-se de fluxos dos coletivos e das maneiras como eles se comportam, estejam eles se apresentando simples, complexos, ordenados ou fluidos. A partir dessas reflexöes, este artigo sugere que se basear, epistemologicamente, nos pressupostos da heterogeneidade da TAR constitui uma lente de análise relevante para compreensâo dos fenómenos organizacionais.
ISSN:1679-3951
1679-3951
DOI:10.1590/1679-395154992