Encefalopatias Epilépticas Infantis: O Novo Paradigma do Diagnóstico Genético
Introdução: As encefalopatias epilépticas da infância constituem um grupo de patologias de início precoce e prognóstico neurológico reservado. O desenvolvimento das novas técnicas de estudo genético foi responsável pela identificação de novos genes implicados. Nos últimos anos, assistimos a uma revo...
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Published in: | Acta médica portuguesa Vol. 33; no. 6; pp. 415 - 424 |
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Main Authors: | , , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | English Portuguese |
Published: |
Ordem dos Médicos
01-06-2020
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Summary: | Introdução: As encefalopatias epilépticas da infância constituem um grupo de patologias de início precoce e prognóstico neurológico reservado. O desenvolvimento das novas técnicas de estudo genético foi responsável pela identificação de novos genes implicados. Nos últimos anos, assistimos a uma revolução no seu paradigma diagnóstico. Contudo, actualmente não existem recomendações internacionais consensuais sobre a abordagem à investigação das encefalopatias epilépticas genéticas. Pretendemos discutir o conhecimento actual sobre a arquitectura genética das encefalopatias epilépticas infantis.Material e Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura das encefalopatias epilépticas infantis genéticas e estudos utilizados no seu diagnóstico. Propomos uma abordagem sistematizada através de um algoritmo diagnóstico a utilizar na prática clínica.Resultados: Inicialmente deve-se determinar o fenótipo do doente com base no tipo de crises, padrão electroencefalográfico e neuroimagem. Nos doentes sem etiologia após resultados de ressonância magnética cranioencefálica, deve-se realizar estudo metabólico apropriado para o diagnóstico prioritário de doenças metabólicas tratáveis. A investigação de outras causas genéticas deve ser considerada, sobretudo perante características fenotípicas sugestivas. Primeiro deve-se realizar a análise de microarray cromossómico, principalmente se existirem alterações dismórficas ou polimalformativas. Se esta for negativa e/ou não existirem elementos físicos distintivos, o próximo passo deve ser realizar os painéis multigénicos ou sequenciação de exoma. Os estudos dirigidos do gene devem ser reservados para quando o fenótipo é indicativo de uma síndrome específica.Conclusão: A marcha diagnóstica das encefalopatias epilépticas tornou-se complexa com a expansão de conhecimentos genéticos. Este novo paradigma apresenta implicações terapêuticas, prognósticas e de aconselhamento familiar. |
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ISSN: | 0870-399X 1646-0758 |
DOI: | 10.20344/amp.12550 |