Olhar e Espaço como Heterotopia na Pintura de Manet: uma Leitura de Michel Foucault
Resumo O artigo demonstra a dimensão heterotópica do olhar e do espaço próprios à pintura de Manet. O espaço, tal como concebido por Foucault, se constitui como poder-saber, e o olhar, tal como erigido pela pintura de Manet, visibiliza as heterotopias. A metodologia consistiu na seleção e análise cr...
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Published in: | Psicologia, ciência e profissão Vol. 40 |
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Main Authors: | , |
Format: | Journal Article |
Language: | English Portuguese |
Published: |
Conselho Federal de Psicologia
2020
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Summary: | Resumo O artigo demonstra a dimensão heterotópica do olhar e do espaço próprios à pintura de Manet. O espaço, tal como concebido por Foucault, se constitui como poder-saber, e o olhar, tal como erigido pela pintura de Manet, visibiliza as heterotopias. A metodologia consistiu na seleção e análise crítica dos textos de Foucault sobre a pintura de Manet e a heterotopia acrescida de bibliografia de comentadores voltados para a análise da pintura, da arte e da heterotopia na obra do pensador. A raridade da reflexão sistemática acerca das considerações foucaultianas sobre a pintura e o espaço concebido como “espaço outro” faz com que a demonstração do entrelaçamento entre o espaço produzido pelas pinturas de Manet e a heterotopia configure novidade na literatura dedicada ao pensador. Concluímos indicando como as discussões estéticas estão indissoluvelmente ligadas às análises do poder. Neste caminho, Foucault indica, por exemplo, que a experiência da transgressão batailliana do olhar evidencia a condição da visualidade pictórica das telas de Manet. A visibilização dos efeitos políticos do espaço e seus outros assim como da produção artística pavimenta um caminho possível para esboçar novas compreensões das relações dos corpos com os enraizamentos espaciais e seus desdobramentos subjetivos singulares.
Abstract This article demonstrates the heterotopic dimension of glance and space in Manet’s painting. Space, as conceived by Foucault, is constituted as power-knowledge, and glance, as defined by Manet’s painting, reveals heterotopies. The methodology consisted in the selection and critical analysis of Foucault’s texts on Manet’s painting and the heterotopia plus bibliography of Foucault readers focused on the analysis of painting, art and heterotopia. The rarity of the systematic reflection of the Foucauldian reflections on painting and the space conceived as different space makes the demonstration of the interweaving between the space produced by Manet’s paintings and heterotopia configure novelty in the literature dedicated to the thinker. We conclude by indicating how the aesthetic discussions are inextricably linked to the analysis of power. This path that Foucault indicates, for example, that the experience of Bataillean`s transgression of gaze evidences the condition of the pictorial visuality of Manet’s canvas. The visibility of the political effects of space and other effects as well as of artistic production paves the way to sketch new understandings of the relationships of bodies with spatial roots and their unique subjective unfoldings.
Resumen El artículo pretende demostrar la dimensión heterotópica de la mirada y del espacio en la pintura de Manet. El espacio concebido por Foucault se constituye un poder-saber, y la mirada erigida por la pintura de Manet visibiliza las heterotopías. La metodología consistió en la selección y análisis crítico de los textos de Foucault sobre la pintura de Manet y la heterotopía, y en la bibliografía de comentaristas dirigidos al análisis de la pintura, del arte y de la heterotopía en la obra del pensador. La rareza de la reflexión sistemática de las reflexiones foucaultianas sobre la pintura y el espacio considerado como “espacio otro” hace que la demostración del entrelazamiento entre el espacio producido por las pinturas de Manet y la heterotopía sea una novedad en la literatura dedicada al pensador. En la conclusión indicamos cómo las discusiones estéticas están indisolublemente vinculadas a los análisis del poder. En este marco, Foucault apunta, por ejemplo, que la experiencia de la transgresión batailliana de la mirada evidencia la condición de la visualidad pictórica de los lienzos de Manet. La viabilidad de los efectos políticos del espacio y sus otros, así como de la producción artística, pavimenta un camino posible para esbozar nuevas comprensiones de las relaciones de los cuerpos con los enraizamientos espaciales y sus desdoblamientos subjetivos singulares. |
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ISSN: | 1414-9893 1982-3703 |
DOI: | 10.1590/1982-3703003191649 |