Exame para ingresso na residência médica de coloproctologia: a experiência do Hospital Sírio Libanês (São Paulo, SP)
INTRODUÇÃO: Um dos problemas principais no acesso aos programas de residência médica de especialidades é definir não apenas quais são os melhores candidatos, mas quais aqueles que, uma vez terminado o treinamento, poderão aproveitar o investimento intelectual e financeiro que lhes foi facultado. O e...
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Published in: | Revista brasileira de colo-proctologia Vol. 26; no. 4; pp. 394 - 398 |
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Main Authors: | , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Cidade Editora Científica Ltda
01-12-2006
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Summary: | INTRODUÇÃO: Um dos problemas principais no acesso aos programas de residência médica de especialidades é definir não apenas quais são os melhores candidatos, mas quais aqueles que, uma vez terminado o treinamento, poderão aproveitar o investimento intelectual e financeiro que lhes foi facultado. O exame de acesso à residência médica de Coloproctologia do Hospital Sírio Libanês, credenciada pela SBCP e pelo MEC, obedeceu às normas definidas pelo MEC. Nossa preocupação foi de criar um mecanismo de seleção que contemplasse mais que o conhecimento do candidato, dando-nos oportunidade de melhor avaliar adestramento cirúrgico, capacidade de resolução de problemas, características de personalidade, interesse na especialidade e planos futuros. Assim, foram desenvolvidas provas que pudessem contemplar mais do que conhecimentos. EXAME DE SELEÇÃO: Constou de: 1) prova escrita (5 pontos), abrangendo temas gerais de medicina; 2) prova prática (4 pontos), com quatro partes: a) caso clínico; b) discussão de cuidados pré, intra e pós-operatório; c) cirurgia em animais; d) simulação de atendimento de paciente crítico em boneco - aplicada pelos membros do programa de Coloproctologia; 4) entrevista (1 ponto) - realizada pelos membros do programa. DISCUSSÃO: O modelo de seleção de residentes oficializado pela Comissão Nacional de Residência Médica é calcado quase que exclusivamente nos conhecimentos dos candidatos, uma vez que o peso da entrevista, ao contrário de outros países, pouco permite mudar a classificação do candidato. Dessa forma, há pouca margem para avaliações subjetivas e cognitivas, dentre as quais se destacam a personalidade do indivíduo, sua capacidade resolutiva, sua competência em atuar em equipe. Para sanar essa limitação, foi conduzida prova prática abrangente e interativa, de modo que a entrevista foi, de certa forma, uma continuação da prova prática. A prova prática, nos moldes que foi elaborada, permitiu ampliar a compreensão sobre as características dos candidatos e proporcionou maior flexibilidade para escolha, o que certamente não ocorreria com o único ponto destinado à entrevista. As opiniões dos diversos examinadores que atuaram nas provas práticas e nas entrevistas foram razoavelmente homogêneas para cada candidato, refletindo a adequação da metodologia utilizada. CONCLUSÃO: A prova prática, nos moldes elaborados, embora mais trabalhosa, permitiu definir aspectos diferenciais entre os candidatos, facilitou a condução das entrevistas e permitiu realizar uma melhor seleção dos candidatos. PROPOSTAS: A partir dessa experiência, os autores propõem à SBCP: 1) que sejam definidos critérios que permitam padronizar, dentro do possível, os exames de acesso às residências por ela aprovados, através de exame abrangente como o aplicado; 2) que se crie um sistema de avaliação dos residentes ao término de seus programas, acoplado à avaliação dos próprios programas. |
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ISSN: | 0101-9880 |
DOI: | 10.1590/S0101-98802006000400004 |