O estatuto do consumo na compreensão da lógica e das mutações do capitalismo
Embora o consumo se apresente como fundamental para a compreensão do modo de funcionamento do capitalismo contemporâneo, não é assim que ele tem sido abordado do ponto de vista da teoria social. É certo que já há um campo de estudos sobre o consumo advindo da sociologia, da antropologia e dos estudo...
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Published in: | Lua nova no. 92; pp. 207 - 240 |
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Format: | Journal Article |
Language: | English |
Published: |
01-08-2014
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Summary: | Embora o consumo se apresente como fundamental para a compreensão do modo de funcionamento do capitalismo contemporâneo, não é assim que ele tem sido abordado do ponto de vista da teoria social. É certo que já há um campo de estudos sobre o consumo advindo da sociologia, da antropologia e dos estudos culturais, porém, são estudos que focam mais nos modos de vida, na formação cultural, nos significados, normas e valores associados aos usos das mercadorias, do que propriamente no papel central que o consumo tem na realização do valor para o capital. Este artigo pretende contribuir para reverter esse gap ao propor um retorno à abordagem marxista acerca do lugar do consumo no processo de expansão do valor. Assumindo a posição central que o consumo tem para a realização do capital, e partindo da análise dialética do capitalismo como movimento e contradição, o artigo busca elucidar as principais mutações na cultura de consumo que ocorreram a partir do final da década de 1970, culminando com as transformações oriundas da terceira revolução tecnológica - a informática. Propõe que as duas principais formas que assumiu o capitalismo em fins do século XX - o financeiro e o imaterial - operam fundamentalmente a partir do consumo; assim como revelam as mutações e as contradições do capitalismo na contemporaneidade.
Although consumption is fundamental for understanding the way contemporary capitalism functions, this is not the way it has been dealt with from the viewpoint of social theory. There is undoubtedly already a field of studies on consumption that derives from sociology, anthropology and culture studies, but such studies focus more on ways of life, on cultural formation, and on the meanings, rules and values associated with the use of goods than on the central role that consumption plays in the realization of value for capital. This article intends to help close this gap by proposing a return to the Marxist approach to the place of consumption in the value expansion process. Assuming the central position that consumption plays in realizing capital, and based on a dialectic analysis of capitalism as movement and contradiction, the article seeks to elucidate the main mutations in consumption culture that occurred as from the end of the 1970s, culminating in the transformations arising from the third technological revolution - informatics. It proposes that the two main forms that capitalism assumed at the end of the 20th century - financial and immaterial - operate fundamentally as a result of consumption, and reveal the mutations and contradictions of capitalism in contemporary life. |
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ISSN: | 0102-6445 0102-6445 |
DOI: | 10.1590/S0102-64452014000200008 |