A ideia de “harém” na Assiriologia e nos Estudos Aquemênidas uma análise comparativa
Devido à possibilidade de reis próximo-orientais terem diversas esposas e concubinas, muitos historiadores projetam acriticamente a noção islâmica de “harém” sobre as realidades do Antigo Oriente Próximo. No entanto, em razão de anacronismos, da carga orientalista do termo e de pressupostos equivoca...
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Published in: | Clássica (São Paulo) Vol. 36; no. 36; pp. 1 - 20 |
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Main Author: | |
Format: | Journal Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
06-12-2023
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Summary: | Devido à possibilidade de reis próximo-orientais terem diversas esposas e concubinas, muitos historiadores projetam acriticamente a noção islâmica de “harém” sobre as realidades do Antigo Oriente Próximo. No entanto, em razão de anacronismos, da carga orientalista do termo e de pressupostos equivocados quanto à homogeneidade da categoria de “mulheres palacianas”, tal prática foi alvo de severas críticas. A proposta desse artigo é demonstrar como discussões teóricas muito parecidas quanto ao “harém” e à segregação feminina se desenvolveram na Assiriologia (com foco no caso do Império Neoassírio) e nos Estudos Aquemênidas, por vezes com resultados distintos. Argumenta-se que, em razão de sua continuidade na longa duração, os Impérios Neoassírio e Aquemênida devem ser estudados de forma comparativa, e que suas respectivas áreas de estudo têm muito a ganhar com um olhar diacrônico sobre a questão das mulheres reais.nder Studies; Assyriology; Achaemenids.
Since Near Eastern kings could have multiple wives and concubines, many historians unadvisedly project the Islamic notion of “harem” into the Ancient Near East. However, due to anachronisms, the orientalist connotations of the term, and wrong suppositions concerning the homogeneity of the category of “palace women,” this practice was met with severe criticisms. In this article we endeavor to show how very similar theoretical discussions concerning the “harem” were developed in the fields of Assyriology (focusing on the Neo-Assyrian case) and Achaemenid Studies, sometimes with different outcomes. We argue that since the Achaemenid and Neo-Assyrian Empires constituted a continuity in the longue durée, they should be studied comparatively, and that their respective areas of study may benefit from a diachronic view concerning the issue of royal women. |
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ISSN: | 0103-4316 2176-6436 2176-6436 |
DOI: | 10.24277/classica.v36.2023.1060 |