Avaliação Ecográfica/Rastreio de Defeitos do Tubo Neural No Primeiro Trimestre

Introdução: Os defeitos abertos do tubo neural, como a espinha bífida aberta, constituem anomalias congénitas do sistema nervoso central graves. O seu diagnóstico pré-natal é realizado habitualmente na ecografia do segundo trimestre da gravidez, na qual o exame detalhado do crânio e coluna permite o...

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Main Author: Silva, Marta Filipa de Oliveira Almeida e
Format: Dissertation
Language:Portuguese
Published: ProQuest Dissertations & Theses 01-01-2017
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Summary:Introdução: Os defeitos abertos do tubo neural, como a espinha bífida aberta, constituem anomalias congénitas do sistema nervoso central graves. O seu diagnóstico pré-natal é realizado habitualmente na ecografia do segundo trimestre da gravidez, na qual o exame detalhado do crânio e coluna permite o diagnóstico de cerca de 84% dos mielomeningocelos. A necessidade de rastreio precoce de defeitos abertos da coluna, aquando da avaliação ecográfica do primeiro trimestre, tem fundamentado vários estudos recentes. No âmbito desta monografia, os autores resumem os achados ecográficos às 11-13 semanas de gravidez com maior utilidade clínica no rastreio precoce de espinha bífida aberta.Materiais e métodos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica dos estudos recentes na base de dados PubMed. Obtiveram-se 40 artigos dos quais foram lidos os títulos e resumos. Após aplicação dos critérios de exclusão incluíram-se 12 desses artigos. Para o fundamento teórico e contexto clínico utilizaram-se artigos obtidos em outras fontes de informação e um livro de texto.Resultados: Os marcadores ecográficos de espinha bífida aberta às 11-13 semanas recentemente reportados foram: diminuição do volume de líquido no sistema ventricular, com não visualização do quarto ventrículo, redução do ângulo facial frontomaxilar, diminuição do diâmetro biparietal, redução da distância entre o aqueduto de Sylvius e o osso occipital, ausência de translucência intracraniana e relação entre diâmetro biparietal e diâmetro abdominal transverso inferior ou igual a um.Conclusão: O diâmetro biparietal inferior ao percentil 5 constitui um marcador simples para rastreio da espinha bífida aberta, mas a taxa de deteção é de apenas 46%. A associação do diâmetro biparietal à avaliação sistemática da presença do quarto ventrículo, quer no plano sagital quer no plano transversal permite a deteção de 50 a 70% dos casos. A complementação do exame do crânio e cérebro com planos transversais a nível da fossa posterior, possibilita a identificação por rotina de componentes do sistema ventricular que estão obliterados ou com dimensões reduzidas na espinha bífida aberta, como o quarto ventrículo e a cisterna magna, bem como a perceção da herniação caudal dos pedúnculos cerebrais em direção ao osso occipital, também frequente nestes defeitos.Assim, os autores concluem que há crescente evidência da possibilidade de utilizar por rotina novos marcadores ecográficos que podem ser integrados na ecografia do primeiro trimestre, e que permitem rastrear e diagnosticar precocemente pelo menos metade dos casos de espinha bífida aberta.
ISBN:9798835524402