O horizonte epistemológico decolonial: reparação histórica através do desfile de 2019 da Estação Primeira de Mangueira

O objetivo do artigo se torna evidenciar uma nova epistemologia de conhecimento como fio condutor do processo criativo do desfile de escola de samba no ano de 2019 da Estação Primeira de Mangueira. Historicamente, o conhecimento estruturado a partir de um viés de pensamento ocidentalizado, era entre...

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Published in:Revista Eletrônica História em Reflexão Vol. 19; no. 36; pp. 113 - 125
Main Author: Mello, Isabella Nunes
Format: Journal Article
Language:Portuguese
Published: 12-09-2024
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Description
Summary:O objetivo do artigo se torna evidenciar uma nova epistemologia de conhecimento como fio condutor do processo criativo do desfile de escola de samba no ano de 2019 da Estação Primeira de Mangueira. Historicamente, o conhecimento estruturado a partir de um viés de pensamento ocidentalizado, era entrelaçado nas manifestações culturais brasileiras como o fenômeno carnavalesco. A narrativa que os desfiles das escolas de samba retratavam em sua apresentação, reforçava os mitos e equívocos que a historiografia eurocêntrica sistematizou por longos anos, relativizando e amenizando episódios históricos problemáticos, como a invasão e consequentemente a colonização, a escravidão e os genocídios dos verdadeiros proprietários dessas terras, os povos originários. A fim de repensar e reescrever a historiografia tradicional brasileira, o movimento decolonial surge como ruptura epistemologia com o intuito de evidenciar a existência e resistência de negros e indígenas no passado e no presente. No desfile “Historias para ninar gente grande” da Estação Primeira de Mangueira, a episteme decolonial é incorporada no desfile realizando uma reparação histórica frente aos povos indígenas, negros e demais grupos sociais que foram vitimas da colonização e da colonialidade, se tornando nesse desfile os verdadeiros heróis e protagonistas da historia do Brasil. The objective of the article becomes to highlight a new epistemology of knowledge as the guiding thread of the creative process of the samba school parade in 2019 at Estação Primeira de Mangueira. Historically, knowledge structured from a bias of westernized thinking was intertwined in Brazilian cultural manifestations such as the carnival phenomenon. The narrative that the samba school parades portrayed in their presentation, reinforced the myths and misconceptions that the Eurocentric historiography systematized for many years, relativizing and softening problematic historical episodes, such as the invasion and consequently the colonization, slavery and genocide of the real owners of these lands, the original peoples. In order to rethink and rewrite traditional Brazilian historiography, the decolonial movement emerges as an epistemological rupture in order to highlight the existence and resistance of blacks and indigenous peoples in the past and present. In the parade "Historias para ninar gente grande" at Estaçao Primeira de Mangueira, the decolonial episteme is incorporated into the parade, carrying out a historical reparation towards indigenous peoples, blacks and other social groups who were victims of colonization and coloniality, becoming in this parade the true heroes and protagonists of the history of Brazil.
ISSN:1981-2434
1981-2434
DOI:10.30612/rehr.v19i36.17100