Triagem sorológica de familiares de pacientes com doença celíaca: anticorpos anti-endomísio, antitransglutaminase ou ambos?

RACIONAL: A doença celíaca representa, na atualidade, a doença intestinal mais comum em populações caucasóides e apresenta prevalência que varia de 8% a 18% nos familiares dos pacientes. A pesquisa dos anticorpos anti-endomísio (EmA-IgA) e antitransglutaminase tecidual (anti-tTG-IgA) constitui impor...

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Published in:Arquivos de gastroenterologia Vol. 44; no. 2; pp. 156 - 161
Main Authors: Utiyama, Shirley Ramos da Rosa, Nass, Flávia Raphaela, Kotze, Lorete Maria da Silva, Nisihara, Renato Mitsunori, Ambrosio, Altair Rogério, Messias-Reason, Iara Taborda de
Format: Journal Article
Language:Portuguese
Published: Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE 01-06-2007
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Summary:RACIONAL: A doença celíaca representa, na atualidade, a doença intestinal mais comum em populações caucasóides e apresenta prevalência que varia de 8% a 18% nos familiares dos pacientes. A pesquisa dos anticorpos anti-endomísio (EmA-IgA) e antitransglutaminase tecidual (anti-tTG-IgA) constitui importante recurso não-invasivo e sensível de triagem e diagnóstico da doença celíaca em grupos de risco e populações. OBJETIVO: Avaliar a prevalência do EmA e anti-tTG em um grupo de familiares de celíacos e verificar o grau de concordância entre os dois métodos. MÉTODOS: Foram estudados 177 familiares (76(feminino); 101(masculino); 2-79 anos) e 93 indivíduos voluntários e sadios (34 (feminino); 59 (masculino); 2-71 anos) como grupo controle. O EmA foi detectado por imunofluorescência indireta (substrato: cordão umbilical humano) e o anti-tTG pelo método de ELISA (kit comercial). RESULTADOS: A positividade total de anticorpos nos familiares em estudo foi de 21% (37/177), mostrando significativa diferença em relação aos controles (0%; 0/93). Doze por cento (21/177) dos familiares foram positivos para o EmA e 13,56% (24/177) para o anti-tTG, sendo 4,52% (8/177) positivos concomitantemente para os dois anticorpos. A concordância de resultados entre os dois métodos foi de 83,6% (148/177) e a discordância de 16,4% (29/177), caracterizando uma correlação positiva significante (r= 0.435) entre ambos. Dentre os concordantes, 79,1% (140/177) eram negativos para o anti-tTG e EmA, e 4,52% (8/177) positivos para ambos. Nos casos discordantes, 7,34% (13/177) apresentaram EmA positivo e anti-tTG negativo e 9,04% (16/177) eram anti-tTG positivo e EmA negativo. CONCLUSÃO: Embora a alta positividade obtida para o EmA e anti-tTG destaque a importância da triagem sorológica em familiares de pacientes com doença celíaca, as discordâncias detectadas no estudo permitem ressaltar que o uso isolado de um único método pode incorrer em reações falso-negativas. O impacto desse fato implica que tais familiares deixarão de ser submetidos a biopsia intestinal para confirmação do diagnóstico da doença, e conseqüentemente, ao tratamento adequado e precoce.
ISSN:1678-4219
DOI:10.1590/S0004-28032007000200014