A CRIAÇÃO DE SI ENTRE A PARRÊSÍA E A HIPOCRISIA: ETOPOIÊTICA DO CUIDADO DE SI
RESUMO Esboça-se neste artigo uma possível via de interpretação ao problema ético-estético, ou ainda ético-poiêtico da criação de si, a partir de uma reavaliação da noção de hipocrisia, enquanto arte do engano e arte do ator, reaproximando-a da hypókrisis [ὑπόκρισις] grega. Para tanto, procura-se es...
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Published in: | Kriterion Vol. 58; no. 137; pp. 351 - 371 |
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Main Author: | |
Format: | Journal Article |
Language: | German Portuguese |
Published: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG
01-08-2017
Universidade Federal de Minas Gerais |
Subjects: | |
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Summary: | RESUMO Esboça-se neste artigo uma possível via de interpretação ao problema ético-estético, ou ainda ético-poiêtico da criação de si, a partir de uma reavaliação da noção de hipocrisia, enquanto arte do engano e arte do ator, reaproximando-a da hypókrisis [ὑπόκρισις] grega. Para tanto, procura-se estabelecer um diálogo, ou mesmo um contraponto, com aqueles pensadores que, nas preleções de Foucault, conformaram na antiguidade clássica e helenística os elementos para se pensar, por meio do discurso parrêsiástico e da prática da áskêsis, a criação de si enquanto estética da existência. O lastro para essa compreensão vem de uma reavaliação das formas de inteligência estocástica e astuciosa que comandam a lida com a inconstância, a multiplicidade e os acasos - formas às quais os gregos atribuíram o nome da deusa Mêtis [Μήτις]. Mais afeitas a estas inconstâncias, práticas tais como: a simulação, a dissimulação e a ênfase - próprias da arte do engano - ganham sob essa ótica uma feição de virtuosidade que o pensamento filosófico hegemônico, afeito à retidão e ao enfrentamento heroico diante do real, dificilmente se disporia a reconhecer. |
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ISSN: | 1981-5336 0100-512X |
DOI: | 10.1590/0100-512x2017n13707gbnc |