INFECÇÕES ASSOCIADAS AS FRATURAS FECHADAS E EXPOSTAS: DESCRIÇÃO DO DESFECHO CLÍNICO E MICROBIOLÓGICO

Infecções relacionada à fraturas (IRF) têm sido umas das principais complicações em paciente vítima de trauma ortopédico e na maioria das vezes estão associadas a um desfecho não favorável. No contexto da pandemia de COVID-19 ocorreu um remodelamento do perfil de pacientes e readequação de fluxo cir...

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Published in:The Brazilian journal of infectious diseases Vol. 26; p. 101893
Main Authors: Santos, Eduardo Cezar, Prebianchi, Stefânia, Rilhas, Gabrielle Picanço, Cunha, Carolina Coelho, Custodio, Paula Caroline Werlang, Pinheiro, Rodrigo Correa, Dell'Aquilla, Adriana Macedo, Finelli, Carlos Augusto, dos Reis, Fernando Baldy, Salles, Mauro José
Format: Journal Article
Language:English
Published: Elsevier España, S.L.U 01-01-2022
Elsevier
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Description
Summary:Infecções relacionada à fraturas (IRF) têm sido umas das principais complicações em paciente vítima de trauma ortopédico e na maioria das vezes estão associadas a um desfecho não favorável. No contexto da pandemia de COVID-19 ocorreu um remodelamento do perfil de pacientes e readequação de fluxo cirúrgico de pacientes com fraturas ortopédicas. O objetivo do estudo é avaliar o impacto da pandemia no desfecho clínico e cirúrgico em pacientes submetidos a correção cirúrgica de fraturas fechadas e expostas. Estudo de coorte prospectivo e unicêntrico conduzido de Dezembro 2019 a Fevereiro 2021 em São Paulo - Brasil com pacientes vítimas de trauma que apresentaram fraturas ortopédicas com necessidade de abordagem cirúrgica para correção das fraturas, o objetivo de analisar o desfecho clínico e cirúrgico, avaliando a taxa de incidência e prevalência de infecção relacionada à fratura. Foram avaliados 132 pacientes e desses, 75% eram do sexo masculino, com média de idade igual a 50,4 anos. A taxa de infecção geral foi de 15,9% sendo que 12,9% de forma tardia e 3% de forma precoce. As variáveis de risco associados à IAF, utilizando-se a análise univariada, que mostraram significância estatística foram: uso recente de antibióticos no pré-operatório (p = 0,002), tipo de fratura (exposta vs. fechada, p < 0,001), uso de fixador externo (com vs. sem, p = 0,015), osteossíntese com placa e parafuso (p = 0,006), mecanismo da lesão (acidente automobilístico vs outros, p = 0,023), infecção por COVID (p = 0,028). Todavia, após análise conjunta de forma multivariada, o uso recente e pré-operatório de antibiótico e a presença de neoplasia foram fatores de risco independente para IAF. Na análise de sobrevida para identificar os fatores de risco relacionados ao tempo até o diagnóstico de IAF e ao óbito, as variáveis que demonstraram significância estatística foram: uso de antibiótico prévio, tabagismo e as fraturas expostas. O microorganismo mais comumente isolado foi a Klebsiella pneumoniae (23,50%). Uso recente e pré-operatório de antibiótico, uso de fixador externo, fratura exposta, queda de altura, osteossíntese com placa e parafuso, neoplasia e infecção por Covid-19 são fatores de riscos associados ao desfecho infecção no tratamento cirúrgico de fraturas ortopédicas.
ISSN:1413-8670
1678-4391
DOI:10.1016/j.bjid.2021.101893