Mística ao pé da árvore: elementos teopoéticos no Canto dos Escravizados de Paulina Chiziane

“Write yourself, Africa. Your history is a sealed chest awaiting your work. Look at yourself in the mirror of heaven, in the mirror of God. Picture yourself. Write yourself in true golden letters in the book of life” (Write yourself). Nominated in 2005 for the Nobel Peace Prize, Mozambican Paulina C...

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Published in:Ephata Vol. 4; no. 2; pp. 149 - 170
Main Authors: Santos, Gustavo Ferreira dos, Mariani, Ceci Maria Costa Baptista
Format: Journal Article
Language:English
Portuguese
Published: Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Teologia 01-10-2022
Subjects:
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Description
Summary:“Write yourself, Africa. Your history is a sealed chest awaiting your work. Look at yourself in the mirror of heaven, in the mirror of God. Picture yourself. Write yourself in true golden letters in the book of life” (Write yourself). Nominated in 2005 for the Nobel Peace Prize, Mozambican Paulina Chiziane is the first woman to have a novel published in her country, and in her work she articulates an appeal for an Africa free from the colonialisms that still figure in its social, political, economic and even cultural structures. Her work can give not only a voice but a spirit to the claim for freedom of her people. In her first and recent poetry work The song of the slaves (2018), Chiziane calls on her people to unite their voices for a life that reveres the sacred experience of their culture, without the interferences and vilifications caused by the mystical and theological conceptions from European colonization. In dialogue with the concept of “an open-eyes mysticism” by Johann Baptist Metz, under the methodology of structural analogy, this article seeks to explore and demonstrate in Chiziane’s work, the African theopoetic richness from the most adequate and most neglected perspective throughout history, that is, the voice of the children of Africa. «Escreve-te África. A tua História é um baú lacrado aguardando teu labor. Mira-te no espelho do céu, no espelho de Deus. Retrata-te. Escreve-te com verdadeiras letras de ouro no livro da vida» (Escreve-te). Indicada em 2005 ao Prêmio Nobel da Paz, a moçambicana Paulina Chiziane é a primeira mulher a ter um romance publicado em seu país, e articula em sua produção um apelo por uma África livre dos colonialismos que ainda hoje figuram em suas estruturas sociais, políticas, econômicas e mesmo culturais. Sua obra é capaz de conferir não apenas voz, mas espírito ao clamor por liberdade de seu povo. Em sua primeira e recente obra de poesias, O canto dos escravizados (2018), Chiziane conclama seu povo a unir suas vozes para uma vida que reverencie a experiência sagrada de sua cultura, sem as interferências e vilipêndios causados pelas concepções mística e teológica oriundas da colonização europeia. Em diálogo com o conceito de «mística de olhos abertos» de Johann Baptist Metz, sob a metodologia de analogia estrutural, este artigo busca explorar e demonstrar na obra de Chiziane a riqueza teopoética africana a partir da ótica mais adequada e a mais negligenciada ao longo da história, isto é, a dos filhos da África.
ISSN:2795-4900
2184-5778
2795-4900
DOI:10.34632/ephata.2022.11375