Quando um heterônimo se suicida

A escrita de morte, chamada tanatografia, mostra-se operante na conjugação de elementos que fazem da literatura espaço prodigioso para discussão da condição humana desassossegada perante o morrer. Neste artigo, analisa-se a relação entre escrita e suicídio a partir da obra de um autor fictício erigi...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published in:Revista criação & crítica no. 23
Main Authors: Ana Clara Magalhães de Medeiros, Augusto Rodrigues da Silva Junior
Format: Journal Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo 01-04-2019
Subjects:
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:A escrita de morte, chamada tanatografia, mostra-se operante na conjugação de elementos que fazem da literatura espaço prodigioso para discussão da condição humana desassossegada perante o morrer. Neste artigo, analisa-se a relação entre escrita e suicídio a partir da obra de um autor fictício erigido por Fernando Pessoa, conhecido como Barão de Teive. Acessamos desse heterônimo seu único manuscrito,A educação do estoico (1928), que lega lições autorais, sepulcrais e vitais formuladas no esteio da filosofia estoica em diálogo necessário com o socratismo. Relacionando o fenômeno heteronímico pessoano ao processo dialógico de construção de alteridades ensejado pelo teórico Mikhail Bakhtin, perscrutamos novos modos de observar o auto-aniquilamento de um autor-criado que cria prosa artística e filosófica no seio de seu fim.
ISSN:1984-1124
DOI:10.11606/issn.1984-1124.v0i23p47-64