Desastre da Vale: o desafio do cuidado em Saúde Mental e Atenção Psicossocial no SUS
RESUMO Em 25 de janeiro de 2019, a barragem Córrego do Feijão da empresa Vale S.A., em Brumadinho, Minas Gerais, rompeu-se atingindo a área administrativa da empresa e a área rural do entorno, deixando corpos, capacidade produtiva e de subsistência, memórias e trajetórias sob a lama de rejeito de mi...
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Published in: | Saúde em Debate Vol. 44; no. spe2; pp. 353 - 363 |
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Main Authors: | , , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | English Portuguese |
Published: |
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
01-07-2020
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Summary: | RESUMO Em 25 de janeiro de 2019, a barragem Córrego do Feijão da empresa Vale S.A., em Brumadinho, Minas Gerais, rompeu-se atingindo a área administrativa da empresa e a área rural do entorno, deixando corpos, capacidade produtiva e de subsistência, memórias e trajetórias sob a lama de rejeito de minérios. O rompimento da barragem desencadeou a morte direta de 249 pessoas e deixou 137 pessoas desabrigadas. Este artigo teve como objetivo relatar a experiência da implementação da estratégia de Saúde Mental e Atenção Psicossocial no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando os três entes federados, bem como os atores que compuseram a estratégia desde as primeiras horas após o desastre até o final dos primeiros seis meses. Muitos foram os desafios para que o SUS se readaptasse à nova conjuntura, particularmente pela combinação dos seguintes fatores: sofrimento intenso e amplitude das perdas socioafetivas vivenciadas; escassez de emprego e recursos financeiros; consequências ambientais ainda pouco mensuradas; e demanda por ressignificação de uma identidade da comunidade residente. Um trabalho articulado entre o SUS e os diferentes setores, como a educação e a assistência social, mostrou-se importante e primordial, indicando ser necessária a continuidade desses pontos na agenda do SUS.
ABSTRACT On January 25, 2019, the Córrego do Feijão dam of Vale SA, in the city of Brumadinho, Minas Gerais, broke down reaching the company’s administrative area and the surrounding rural area, leaving bodies, productive and subsistence capacity, memories and trajectories under the sludge of ore tailings. The rupture of the dam triggered the direct death of 249 people and left 137 people homeless. This article aimed to report the experience of implementing the strategy of Mental Health and Psychosocial Care in the Unified Health System (SUS), considering the three federated entities, as well as the actors that composed the strategy from the first hours after the disaster until the end of the first six months. There were many challenges for the SUS to adapt to the new situation, particularly due to the combination of the following factors: intense suffering and the extent of the socio-affective losses experienced; scarcity of jobs and financial resources; environmental consequences still poorly measured; and demand for the resignification of an identity of the resident community. Articulated work between the SUS and the different sectors, such as education and social assistance, proved to be important and primordial, indicating that it is necessary to continue these points on the SUS agenda. |
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ISSN: | 0103-1104 2358-2898 |
DOI: | 10.1590/0103-11042020e224 |