Fármacos em águas residuárias: efeitos ambientais e remoção em wetlands construídos

Resumo Diariamente, poluentes emergentes são lançados em corpos hídricos, tais como fármacos liberados pela urina, e não são removidos totalmente nos processos convencionais de tratamento de águas residuárias, levando à necessidade de estudos aprofundados para melhorias nas estações de tratamento de...

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Published in:Revista DAE Vol. 67; no. 218; pp. 137 - 155
Main Authors: Ronaldo Kanopf de Araújo, Delmira Beatriz Wolff, Elvis Carissimi
Format: Magazine Article
Language:English
Portuguese
Published: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo S.A (SABESP) 01-07-2019
Subjects:
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Description
Summary:Resumo Diariamente, poluentes emergentes são lançados em corpos hídricos, tais como fármacos liberados pela urina, e não são removidos totalmente nos processos convencionais de tratamento de águas residuárias, levando à necessidade de estudos aprofundados para melhorias nas estações de tratamento de esgoto. A dipirona, o diclofenaco e o paracetamol são fármacos utilizados em larga escala no mundo como anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. No Brasil, esses medicamentos podem ser adquiridos com custo baixo e sem prescrição médica nas farmácias. O lançamento desses poluentes emergentes pode acarretar danos à saúde humana e à biota aquática. Dessa forma, tem-se como objetivo apresentar uma revisão de literatura sobre a remoção de dipirona, diclofenaco e paracetamol em sistemas de tratamento de esgoto do tipo wetlands construídos. Observou-se que wetlands construídos podem remover fármacos tão bem quanto estações convencionais, como lagoas ou lodos ativados, devido à coexistência de diferentes condições físico-químicas, com rotas de degradação tanto aeróbicas como anaeróbicas. A ausência de estudos aprofundados que comparem a remoção de dipirona, diclofenaco e paracetamol em diferentes processos de tratamento ainda não permite indicar a tecnologia mais eficiente. Wetlands construídos são sistemas conhecidamente eficientes na remoção de matéria orgânica carbonácea e nitrogenada, podendo ser aplicados para o tratamento descentralizado. Novas pesquisas têm mostrado que esses sistemas podem também remover fármacos, com elevadas eficiências, tanto em configurações de fluxo hidráulico horizontal como vertical, de forma a minimizar as concentrações desses poluentes em corpos hídricos. A possibilidade de aplicação de sistemas naturais de tratamento de esgotos que possam remover poluentes emergentes biologicamente coloca os WC em destaque em comparação com outras tecnologias, em especial no Brasil, onde ainda não foi explorado todo o seu potencial nos municípios e pequenas comunidades.
ISSN:0101-6040
0101-6040
DOI:10.4322/dae.2019.039