Leishmaniose Visceral em Doentes Infetados Pelo Vírus da Imunodeficiência Humana
A leishmaniose visceral é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania spp., que nas últimas décadas emergiu como uma importante infeção oportunista na população imunodeprimida pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH). Embora a co-infeção leishmaniose visceral e VIH tenha sido inicialmente rep...
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Format: | Dissertation |
Language: | Portuguese |
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ProQuest Dissertations & Theses
01-01-2018
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Summary: | A leishmaniose visceral é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania spp., que nas últimas décadas emergiu como uma importante infeção oportunista na população imunodeprimida pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH). Embora a co-infeção leishmaniose visceral e VIH tenha sido inicialmente reportada na Europa, no momento atual já foi descrita em mais de 35 países. Este artigo de revisão teve como objetivo abordar a temática desta co-infeção nas principais áreas endémicas, com enfoque na epidemiologia, patogenia, clínica, diagnóstico, tratamento, prognóstico e prevenção. O tema foi revisto através da consulta de publicações da Pubmed, Cochrane Library e Embase, páginas da internet de organizações internacionais de referência, Índex revistas médicas e a 19ª edição do Harrison’s Principals of Internal Medicine. Utilizaram-se os termos MESH Leishmaniasis, visceral e HIV infections ou as palavras-chave visceral leishmaniasis e HIV infection,em inglês ou a sua tradução em português ou espanhol. Os resultados foram restringidos a estudos em seres humanos, nas línguas mencionadas, publicados de 2007 até à atualidade.Vários estudos evidenciam que a incidência de leishmaniose visceral associada ao VIH diminuiu na Europa, mas tem vindo a aumentar na África Oriental, Índia e Brasil. A interação entre o parasita e o vírus acelera a progressão de ambas as patologias, com consequente pior resposta ao tratamento, mortalidade superior e maior número de recidivas. No co-infetado, a apresentação clínica tende a ser semelhante à do imunocompetente, mas podem ocorrer manifestações atípicas. Os testes parasitológicos são mais sensíveis e a serologia revela um desempenho limitado e variável conforme a região geográfica. No tratamento está desaconselhado o uso de antimoniais pentavalentes, preconizando-se a utilização preferencial da anfotericina B lipossómica, embora a sua eficácia não esteja totalmente comprovada e a resposta a este fármaco dependa da área geográfica. São fatores de mau prognóstico: uma baixa contagem de linfócitos T CD4+ à data do diagnóstico, a ausência de recuperação imune, uma história prévia de recidivas e a inexistência de profilaxia secundária. Está recomendada a introdução precoce da terapêutica antirretrovírica, a manutenção da profilaxia secundária e a monitorização a longo prazo de ambas as patologias.Conclui-se que os co-infetados constituem um verdadeiro desafio clínico pelas dificuldades no diagnóstico, pior resposta ao tratamento e recidivas frequentes. Provavelmente a sua abordagem diagnóstica e terapêutica terá de ser adaptada às diferentes áreas geográficas, mas os dados são ainda insuficientes para estabelecer linhas de orientação distintas. A realização de ensaios clínicos com qualidade científica relativos ao diagnóstico, ao tratamento e ao prognóstico é uma prioridade na co-infeção leishmaniose visceral/VIH. |
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ISBN: | 9798383728208 |