RISCO DE MIELOTOXICIDADE ASSOCIADA AO BENZENO EM TRABALHADORES DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Objetivo: Avaliar o potencial risco de mielotoxicidade gerada pelo benzeno nos trabalhadores dos postos de combustíveis da cidade de Cascavel-PR. Materiais e métodos: Após a aprovação do CEP-CAAE 58696522.0.0000.0109 da UNIPAR, foram convidados para pesquisa colaboradores de 40 postos de combustívei...
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Published in: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; p. S842 |
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Main Authors: | , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
01-10-2023
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Summary: | Objetivo: Avaliar o potencial risco de mielotoxicidade gerada pelo benzeno nos trabalhadores dos postos de combustíveis da cidade de Cascavel-PR. Materiais e métodos: Após a aprovação do CEP-CAAE 58696522.0.0000.0109 da UNIPAR, foram convidados para pesquisa colaboradores de 40 postos de combustíveis situados na cidade de Cascavel-PR, que assinaram o TCLE. A pesquisa foi realizada sob questionário aos colaboradores registrados nos postos de combustíveis por um período mínimo de 6 meses, buscando compreender a atribuição da NR 20 que visa regularizar o uso de equipamento de proteção individual (EPI), sintomas correlatos, realização de treinamentos e exames periódicos. Resultados: Participaram 69 colaboradores de 27 postos. Notou-se a presença majoritária de trabalhadores do sexo masculino, correspondendo a 88,4% (n = 61) com idade entre 18 a 29 anos. Além disso, 97,1% (67) ocupavam o cargo de frentista. Quanto aos EPI mais utilizados encontram-se o calçado impermeável com 95,3% (61), as luvas ou creme de proteção para as mãos 67,2% (43) e o conjunto de segurança completo em 65,6% (42). Os trabalhadores que não utilizavam EPI 75% (3) justificam a indisponibilidade do equipamento no posto de combustível. Não foi observado preocupação dos mesmos por atuarem em um ambiente que contenha componentes tóxicos. O hemograma foi realizado a cada 6 meses em 71% dos colaboradores e nenhum estabelecimento avalia os metabólitos de benzeno na rotina do exame periódico. Quanto aos sintomas agudos da intoxicação pelo benzeno 78,3% (54) não relataram sintomatologia e 21,7% (15) relataram histórico de um ou mais sintomas como cefaleia, seguido de irritação nas mãos e mucosas além de insônia. A NR 20 proíbe uso das flanelas para higienização das mãos, entretanto, metade dos colaboradores ainda adotam este item. A maioria com 62,3% (43), nunca sofreu ou observou algum tipo de acidente de trabalho, os 37,7% (26) restantes sofreram acidente de contato do combustível. Discussão: A exposição ao benzeno acontece principalmente no momento do abastecimento dos veículos, pois o benzeno é um composto volátil e lipofílico e se espalha facilmente pelo organismo gerando uma intoxicação. De forma distinta aos resultados apresentados, o estudo realizado por Maciel et al. relatou que nenhum dos trabalhadores entrevistados utilizava EPIs, demostrando que os trabalhadores desta cidade se mostraram mais orientados e comprometidos com a segurança. Os mesmos sintomas de intoxicação aguda foram observados no estudo realizado por Monteiro e Marinho. Dosagens de metabólitos do benzeno ainda não é uma realidade factível, porém, para que o diagnóstico de intoxicação por benzeno seja estabelecido, é necessária uma junção das evidências clínicas e epidemiológicas do paciente. Conclusão: Apesar de grande parte dos trabalhadores estarem seguindo a NR 20, ocorreram relatos de sintomas agudos e acidentes envolvendo contato direto com o combustível. Deste modo, por mais que o risco do desenvolvimento da mielotoxicidade seja pequeno, ele ainda existe, sendo assim seria prudente a realização de biomarcadores como Ácido trans-mucônico para avaliação da intoxicação precoce, proporcionando um ambiente de trabalho com risco menor para o desenvolvimento e mielotoxicidade. |
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ISSN: | 2531-1379 |