Portela, Entre o Projetado e o Construído: Estudo das Alterações Introduzidas Pelos Construtores Aos Projetos do Arquiteto

A cadeira anual de Projeto Final de Arquitetura, do ano letivo 2013-2014 teve como tema principal a Arquitetura ou Revolução – Learning from the Satellite.Como exercicio de arranque/aquecimento em grupo, foi pedida uma aproximação ao espaço criado pela especulação imobiliária, no período de vida do...

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Main Author: Miguel, Isadora da Costa
Format: Dissertation
Language:Portuguese
Published: ProQuest Dissertations & Theses 01-01-2014
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Description
Summary:A cadeira anual de Projeto Final de Arquitetura, do ano letivo 2013-2014 teve como tema principal a Arquitetura ou Revolução – Learning from the Satellite.Como exercicio de arranque/aquecimento em grupo, foi pedida uma aproximação ao espaço criado pela especulação imobiliária, no período de vida do Space Shuttle Columbia (1980-2003), incidindo sobre o espaço habitacional. O exercício consistia na escolha de um edificio que se enquadrasse neste contexto, na apropriação e abstratização do objecto e na proposta de uma possibilidade de intervenção, com limite orçamental enquadrado entre os 10 000 e os 15 000 euros.O Edificio escolhido situa-se no bairro de Santos, na freguesia de Nª Srª de Fátima, em Lisboa, mais exactamente na rua da Beneficência. Apesar de o planeamento e consolidação da zona ser anterior ao período definido pelo programa, o edifício escolhido surge numa fase posterior, implantando-se numa zona limite, entre a zona já consolidada e os novos empreendimentos, que surgem então na época do Space Shuttle Columbia. Este possui uma organização espacial pobre, pouco conseguida, que visava o aproveitamento máximo do espaço disponível. As tipologias dos apartamentos são algo atípicas, as zonas comuns de parcas dimensões e, atualmente com a implantação de dois elevadores, sem qualquer iluminação natural, nas zonas de circulação vertical.Este volume maciço tem uma implantação enquadrada com a rua Francisco de Holanda, um eixo que atravessa todo o bairro de Santos e termina em escadaria. Esse eixo/escadaria, que poderia ter continuidade e interligar-se com a zona mais recente (correspondente à rua Soeiro Pereira Gomes), esbarra contra o volume do edificio, que surge sem qualquer preocupação urbanistica. O pobre resultado arquitetónico que emerge da lógica subjacente à execução deste projeto, conjugado com o potencial do local onde se insere, justificam claramente o estudo de uma intervenção, com capacidade para interferir em diversas escalas, como a do edifício, a do bairro e a da própria cidade.O trabalho seguinte, desenvolvido ao longo deste ano letivo teve como titulo ficticio: a arquitetura e a cidade: A Arquitectura e a Cidade: E se toda a zona central da Portela de Sacavém fosse destruída por uma catástrofe?Este trabalho foi dividido em duas partes, uma primeira em grupo e uma segunda individual. A primeira tinha como objectivo principal analisar a Portela de Sacavém desde o seu planeamento até à sua construção, criticando os modelos subjacentes à arquitectura do final do século XX. Com esta análise pretendia-se delinear uma estratégia geral urbana para a Portela de Sacavém recoloando os equipamentos do centro destruídos após a “catástrofe”.O pressuposto da necessidade de reconstrução de toda a zona central, de serviços da Portela leva necessariamente a uma ponderação sobre modelos urbanos, tanto os que estão na base desta urbanização, como outros em geral. Ao mesmo tempo a intervenção num aglomerado concebido como uma peça única e “autossuficiente”, um autêntico satélite da cidade de Lisboa, projetado na década de 60, requer a análise da forma como este se insere e relaciona com a cidade atual. Tendo em conta sobretudo este último ponto, a intervenção passou pela ligação da Portela com as suas zonas envolventes, trabalhando-se as zonas limites da urbanização, e pela reestruturação da zona verde central. Pretende-se que a Portela mantenha a sua centralidade, integrada e relacionada com um núcleo, ou centro maior, Lisboa.O modelo urbanístico aplicado na Portela pauta, por entre outros aspetos, pela separação funcional dos espaços. Deste modo cada espaço deveria tornar-se mais eficiente e adequado à sua função, no entanto perde-se a riqueza das interações e possibilidades de um espaço onde acontecem diversos eventos e interagem diferentes agentes.As zonas de contato com a envolvente, de ligação com Moscavide, Encarnação, Olivais e Sacavém, são trabalhadas através dos percursos pedonais, ligações viárias e pela proposta de implantação de equipamentos de apoio tanto à Portela como às zonas de contacto direto.O grande espaço central, destruído por um incêndio é um dos elementos fundamentais da intervenção. A estrutura edificada é organizada em torno deste, conferindo-lhe uma centralidade quase incontornável e que na verdade pretendemos manter. Verificando a dimensão do espaço, o seu carácter atual e papel no plano inicial da urbanização, trabalhou-se a ideia de um grande parque central que contém uma série de funções integradas, e cujo caráter depois se espalha pela urbanização. Implantando neste parque elementos como a Igreja, as piscinas e outras funções civis complementa-se a ideia de parque com a ideia de centro cívico/social/administrativo, onde os programas devem surgir como integrados na própria topografia, manipulando-a e tirando partido desta, permitindo uma fusão de verde e construído.Procura-se a integração da Portela na malha urbana que entretanto a envolveu, mantendo ainda assim a sua centralidade e identidade, tirando partido do ideal de subúrbio marcado pela combinação de espaço verde e urbano.Após a estratégia geral urbana delineada, coube a cada elemento escolher um programa e desenvolve-lo.
ISBN:9798384158615