Biomonitorização de Ocratoxina a em Leite Materno: Avaliação da Exposição dos Lactentes

Atualmente, o leite humano é considerado essencial para o crescimento e a saúde normais do bebé, de preferência como a única fonte de alimento durante os primeiros seis meses de vida. No entanto, através do leite materno podem ser veiculados diferentes contaminantes alimentares e ambientais que pode...

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Main Author: Gimbi, Marta Ester Kudeia
Format: Dissertation
Language:Portuguese
Published: ProQuest Dissertations & Theses 01-01-2019
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Description
Summary:Atualmente, o leite humano é considerado essencial para o crescimento e a saúde normais do bebé, de preferência como a única fonte de alimento durante os primeiros seis meses de vida. No entanto, através do leite materno podem ser veiculados diferentes contaminantes alimentares e ambientais que podem levar a uma exposição toxicologicamente relevante dos bebés amamentados. Estes são considerados uma população particularmente vulnerável devido, em parte, à fisiologia, uma dieta bastante restrita e um maior consumo relativamente ao peso corporal. A ocratoxina A (OTA) é uma micotoxina com efeitos nefrotóxicos reconhecidos, além de atuar como uma toxina hepática, um supressor imunológico, um agente teratogénico e carcinogénico (grupo 2B da IARC). Estudos anteriores de biomonitorização em relação à População Portuguesa em geral confirmaram que a exposição à OTA existe e é generalizada.Pelo que antecede, foram recolhidas 42 amostras (de conveniência) de leite materno, juntamente com um termo de consentimento informado por escrito, um questionário sociodemográfico e um questionário alimentar (semiquantitativo). A recolha de amostras de leite considerou as orientações e os critérios de inclusão e exclusão descritos em estudos anteriores. A determinação da OTA foi realizada através de ELISA competitivo e a avaliação do risco foi efectuada através de método determinístico.Os resultados mostraram uma contaminação generalizada, com 41 (97,6 %) das 42 amostras acima do limite de detecção (50 ng/L), variando de 59 a 560 ng/L, com nível médio de 305 ± 114 ng/L. A ocorrência e os níveis de OTA determinados nas amostras de leite materno analisadas foram superiores aos relatados recentemente, como por exemplo na Nigéria e no Chile. A amostra de leite materno com maior teor de OTA foi proveniente de uma mãe com elevado consumo de pão e café, enquanto a amostra com menor valor foi proveniente de uma mãe que nunca consumiu frutas secas. A exposição estimada dos recém-nascidos através do consumo de leite foi de 41,8 ng/kg p.c./dia, para bebés com menos de 7 kg e 37,8 ng/kg p.c./dia, para bebés com peso corporal de pelo menos 7 kg. Considerando a ingestão diária tolerável ajustada para bebês com menos de 16 semanas, recentemente proposta pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, observou-se que a percentagem da ingestão diária tolerável corresponde a 720,7 %. Desta forma, os resultados do presente estudo apontam a necessidade de reforçar os programas nacionais de vigilância e monitorização de estudos sobre a OTA, em particular, bem como conceber medidas profiláticas e de controlo para diminuir a presença de OTA no leite humano e a resultante exposição de recém-nascidos em lactação.
ISBN:9798383776162