O emprego de sistemas de liberação como estratégia para melhorar as propriedades terapêuticas de fármacos de origem natural: o exemplo da camptotecina e seus derivados

As plantas têm sido utilizadas para a obtenção de um grande número de substâncias biologicamente ativas. Entretanto, muitos compostos naturais quando empregados sem qualquer modificação química não resultaram em medicamentos eficazes, por não apresentarem as características desejáveis para administr...

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Published in:Revista de ciências farmacêuticas básica e aplicada Vol. 28; no. 2
Main Authors: A. Granada, D. Nemen, C.L. Dora, G.L. Neckel, E. Lemos-Senna
Format: Journal Article
Language:English
Portuguese
Published: São Paulo State University (UNESP) 01-05-2007
Subjects:
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Description
Summary:As plantas têm sido utilizadas para a obtenção de um grande número de substâncias biologicamente ativas. Entretanto, muitos compostos naturais quando empregados sem qualquer modificação química não resultaram em medicamentos eficazes, por não apresentarem as características desejáveis para administração. Neste sentido, a melhoria das propriedades terapêuticas de compostos isolados de plantas por meio da sua incorporação em sistemas de liberação de fármacos consiste em uma importante estratégia na obtenção de novos medicamentos, na qual ainda existe muito a ser explorado. Tais sistemas são caracterizados por apresentar a capacidade de prolongar e controlar a liberação de substâncias ativas, proteger as moléculas frente à degradação no meio biológico, veicular fármacos hidrofóbicos e reduzir os efeitos colaterais indesejáveis. A camptotecina, um alcalóide proveniente do arbusto Camptotheca acuminata (Descaisne, Nyssaceae), é um fármaco que apresenta elevada atividade antitumoral, cujo mecanismo envolve a inibição da topoisomerase I, uma enzima altamente expressa nos tumores. Entretanto, a utilização deste fármaco na terapêutica foi limitada, durante anos, em virtude de suas características de baixa solubilidade aquosa, elevada instabilidade em meio fisiológico e elevada toxicidade. Neste artigo é realizada uma revisão sobre o potencial terapêutico da camptotecina e seus análogos no tratamento do câncer, dando ênfase aos estudos conduzidos com o intuito de contornar as limitações da administração destes fármacos e que resultaram na melhoria das propriedades terapêuticas. Estratégias como a microencapsulação, nanoencapsulação e solubilização em micelas poliméricas, entre outras, são discutidas e os principais resultados de atividade antitumoral in vitro e in vivo são apresentados.
ISSN:1808-4532
2179-443X