PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DE SINTOMAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TERAPIA COM CÉLULAS T COM RECEPTOR DE ANTÍGENO QUIMÉRICO - CÉLULAS CAR - T: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Objetivos: Relatar a experiência do serviço quanto às estratégias de identificação e manejo de sintomas após a infusão de células CAR-T. Material e métodos: Estudo descritivo e observacional, baseado na descrição das principais estratégias de identificação e manejo de sintomas após a infusão de célu...

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Published in:Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; p. S1181
Main Authors: JL Teodoro, RM Correa, CAR Silva, FM Penachio, EL Rosa, JH Santile, MG Feitosa, JD Duarte, SF Pereira, LR Sabino
Format: Journal Article
Language:English
Published: Elsevier 01-10-2024
Online Access:Get full text
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Description
Summary:Objetivos: Relatar a experiência do serviço quanto às estratégias de identificação e manejo de sintomas após a infusão de células CAR-T. Material e métodos: Estudo descritivo e observacional, baseado na descrição das principais estratégias de identificação e manejo de sintomas após a infusão de células CAR-T implementadas em um serviço de referência em terapia celular, entre fevereiro de 2023 e julho de 2024. Durante a internação, aplicamos rotinas de cuidados e escalas de classificação (CRS, ICE, ICANS) e outras de risco (Braden, Johns Hopkins, broncoaspiração). Resultados: Desde o início do programa, em fevereiro de 2023 até julho de 2024, foram realizadas 6 infusões de células CAR-T. Dos pacientes tratados, 100% eram do sexo masculino, com uma média de idade de 59 anos (24 a 83 anos). Diagnósticos incluíram 83% linfoma difuso de grandes células B e 17% leucemia linfoide aguda pré B. Os sintomas mais frequentes foram febre (100%), citopenias (83%), astenia (67%), confusão mental (33%), diarreia (33%), hiperglicemia (33%) e fadiga (33%). Discussão: A terapia com células CAR-T tem revolucionado o tratamento das doenças onco-hematológicas, proporcionando melhores taxas de sobrevida e remissões duradouras. No entanto, está associada a graves toxicidades, como síndrome de liberação de citocinas (CRS) e síndrome neurotóxica associada a células imunoefetoras (ICANS), além de toxicidades decorrentes do tratamento quimioterápico. A expertise no reconhecimento e manejo dessas complicações é essencial. Durante o período de 17 meses, foram observadas toxicidades compatíveis com as descritas na literatura, incluindo febre, citopenias, astenia, confusão mental, diarreia, hiperglicemia e fadiga. Para a classificação e manejo da CRS e ICANS, utilizamos o sistema da Sociedade Americana de Transplante e Terapia Celular (ASTCT). Desenvolvemos protocolos assistenciais que permitem o reconhecimento precoce e o manejo ágil desses sintomas, iniciando na avaliação multidisciplinar pré-internação para identificar fatores de risco de complicações baseados no histórico de tratamento, evolução da doença e comorbidades do paciente. Durante a internação, aplicamos rotinas de cuidados e escalas recomendadas. É crucial que os profissionais realizem a aplicação dessas escalas antes da administração do CAR-T, visando estabelecer parâmetros basais. Garantimos a disponibilidade de Tocilizumabe, quando indicado, e protocolos estruturados para o atendimento de urgência, como neutropenia febril, sepse e código amarelo. Mantemos acordos de nível de serviço (SLA) com fornecedores críticos (banco de sangue, laboratório) e uma interface eficiente com essas áreas, assegurando comunicação, segurança e agilidade nos processos assistenciais e no manejo das complicações. Envolvemos pacientes e famílias em todas as etapas (pré, intra e pós-tratamento), fortalecendo a educação, comunicação e protagonismo nas decisões. Conclusão: A terapia com CAR-T representa um importante avanço no tratamento de doenças onco-hematológicas, mas traz novos efeitos adversos que exigem preparação da equipe. A construção de protocolos assistenciais e o treinamento da equipe multiprofissional são essenciais para garantir o cuidado adequado em todas as fases do tratamento, desde a identificação precoce até o manejo e seguimento. O envolvimento de pacientes e famílias e a interface com a equipe multiprofissional são fundamentais para o sucesso do programa.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2024.09.2065