IMPACTO DO ACOMPANHAMENTO PELA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS DE PACIENTES IDOSOS COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA DURANTE A FASE FINAL VIDA
Introdução: Os cuidados paliativos (CP) têm sido cada vez mais aplicados no cuidado de doenças ameaçadoras da vida ou com alta carga sintomática, levando a melhora da qualidade de vida dos pacientes e redução de intervenções terapêuticas fúteis e de consumo de recursos dos serviços de saúde no caso...
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Published in: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; pp. S135 - S136 |
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Main Authors: | , , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
01-10-2023
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Summary: | Introdução: Os cuidados paliativos (CP) têm sido cada vez mais aplicados no cuidado de doenças ameaçadoras da vida ou com alta carga sintomática, levando a melhora da qualidade de vida dos pacientes e redução de intervenções terapêuticas fúteis e de consumo de recursos dos serviços de saúde no caso dos pacientes em fase final de vida. No entanto, estudos prévios mostram que os pacientes com doenças hematológicas tendem a ter menor acesso a CP ou são encaminhados tardiamente aos serviços de CP. Ademais, estudos relativos ao impacto dos CP em pacientes hematológicos em fase final de vida são escassos e seus efeitos são desconhecidos. Objetivo: Avaliar o impacto do seguimento com a equipe de CP durante a fase final vida de pacientes idosos com leucemia mieloide aguda (LMA) inelegíveis a tratamento intensivo. Métodos: Foi realizada análise retrospectiva de prontuários de pacientes idosos (≥60 anos) com diagnóstico de LMA (de novo ou secundária a neoplasia mielodisplásica) inelegíveis a tratamento intensivo seguidos no ambulatório de CP do Hemocentro da Unicamp de 2018 a 2023 e que foram a óbito durante o seguimento. Foram obtidos dados relativos ao local do óbito (domiciliar versus hospitalar) e à realização de procedimentos invasivos nos trinta dias que antecederam o óbito (quimioterapia, intubação orotraqueal, hemodiálise, admissão em UTI). Este projeto foi aprovado pelo CEP da instituição (CAAE 58570722.0.0000.5404). Resultados: Entre os anos de 2018 e 2023, 29 pacientes foram encaminhados ao ambulatório de CP. Destes, 62% (n = 18) vieram a óbito durante o período analisado, sendo todos dentro do primeiro ano do diagnóstico da LMA (sexo: 6M/12F, idade média de 76,4 anos (66-89), mediana de linhas de quimioterapia recebidas: 1 (0-2). A mediana de tempo entre o encaminhamento aos CP e o óbito foi de 3 meses (10 dias-10 meses) e a mediana de consultas nos CP foi de 2 consultas (mínimo 1, máximo 13). Dos 18 pacientes, 7 tiveram óbito hospitalar, 3 tiveram óbito em domicílio e 8 não informaram o local do óbito. Entre esses pacientes, 9 (50%) não estavam em quimioterapia na primeira abordagem no CP e 9 (50%) estavam em quimioterapia; após a primeira abordagem, 10 (55%) pacientes não estavam em quimioterapia e 8 (44%) permaneceram em quimioterapia. Dos 18 pacientes, 16 (89%) apresentavam registro sobre as medidas realizadas durante os últimos dias de vida, sendo que nenhum recebeu procedimentos invasivos (intubação orotraqueal, hemodiálise, admissão na UTI) nos últimos 30 dias de vida. Discussão: Nossos dados mostraram que grande parte dos pacientes idosos com LMA inelegíveis a tratamento intensivo encaminhados ao ambulatório de CP faleceram dentro do primeiro ano após diagnóstico da doença; no entanto, durante o final de vida, os pacientes não foram submetidos a medidas terapêuticas fúteis, evitando-se a distanásia. Como efeito secundário, houve redução dos custos de assistência à saúde. Conclusão: O seguimento com a equipe de CP de pacientes idosos com LMA inelegíveis a tratamento intensivo reduziu a ocorrência de medidas invasivas/fúteis nos últimos 30 dias de vida e levou ao uso mais racional dos recursos de assistência à saúde, com redução de custos de alta densidade tecnológica. |
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ISSN: | 2531-1379 |
DOI: | 10.1016/j.htct.2023.09.316 |