Petrografia de cerâmicas da fase Bacabal (sambaqui Monte Castelo): um dos mais antigos usos de cauixi na Amazônia
Resumo Este artigo apresenta os resultados da análise petrográfica realizada em 22 fragmentos de cerâmicas provenientes da fase Bacabal, do sambaqui Monte Castelo (Rondônia), uma das cerâmicas mais antigas da Amazônia, datada de mais de 4.000 anos AP. A análise petrográfica confirmou a alta frequênc...
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Published in: | Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas Vol. 17; no. 1; p. 1 |
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Main Authors: | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , |
Format: | Journal Article |
Language: | English Portuguese |
Published: |
Belem
Museu Paraense Emilio Goeldi
01-01-2022
Museu Paraense Emílio Goeldi |
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Summary: | Resumo Este artigo apresenta os resultados da análise petrográfica realizada em 22 fragmentos de cerâmicas provenientes da fase Bacabal, do sambaqui Monte Castelo (Rondônia), uma das cerâmicas mais antigas da Amazônia, datada de mais de 4.000 anos AP. A análise petrográfica confirmou a alta frequência de espículas de espongiários dulcícolas (cauixi) como antiplástico, com dados inéditos sobre a distribuição das espículas, que permitem inferir o processo de preparação da pasta cerâmica e de manufatura do vasilhame. A mesma proporção entre matriz argilosa e cauixi foi detectada ao longo de todas as camadas Bacabal, independente de variações individuais para cada elemento. Isso permite supor a existência de uma receita de cerâmica mantida ao longo da ocupação Bacabal do sítio. O mesmo tipo de cauixi descrito na pasta cerâmica foi identificado em sedimentos argilosos prospectados na região, embora em frequência menor. Assim, a fabricação das cerâmicas Bacabal poderia ter envolvido uma combinação entre: seleção de argilas naturalmente ricas em espículas e cauixi adicionado intencionalmente. O cauixi na fase Bacabal representa um caso excepcional para a investigação sobre o desenvolvimento de tecnologias cerâmicas, sustentadas pela utilização desses antiplásticos, que se tornaram populares durante o Holoceno Superior nas terras baixas da América do Sul.
Abstract This paper contains the results of petrographic analysis on 22 ceramic fragments from the Bacabal phase of the Monte Castelo shell mound (Rondônia), one of the oldest Amazonian potteries dating up to 4,000 years BP. The petrographic analysis confirmed the high frequency of freshwater sponge spicules (cauixi) as a non-plastic, with novel data on the distribution of spicules that allow us to infer the process of ceramic paste preparation and vessel manufacture. The same proportion between clay matrix and sponge spicules was maintained throughout all Bacabal layers, independent of individual variations for each element. This allows us to infer the existence of a pottery recipe maintained throughout the Bacabal occupation of the site. The same type of sponge spicule described in the ceramic paste was identified in clayey sediments surveyed in the region, although at a lower frequency. Thus, the manufacture of Bacabal ceramics could have involved a combination of: selection of spicule-rich clays; and intentionally added sponge spicules. Sponge spicules in the Bacabal pottery represent an exceptional case for research into the development of ceramic technologies supported by the use of these non-plastics, which became popular during the Upper Holocene in the lowlands of South America. |
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ISSN: | 1981-8122 2178-2547 |
DOI: | 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0120 |