Qualidade de Vida de Acadêmicos de Medicina: Há Mudanças durante a Graduação?

Resumo: Introdução: O conceito de saúde está ampliado para além da ausência de doença e envolve atualmente todos os aspectos de qualidade de vida dos indivíduos, inclusive a percepção deles em relação à condição de vida, ao contexto cultural e ao sistema de valores sob os quais vivem. Método: Objeti...

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Published in:Revista brasileira de educação médica Vol. 44; no. 4
Main Authors: Pires, Aline Maria Fatel da Silva, Gusmão, Waléria Dantas Pereira, Carvalho, Lucyo Wagner Torres de, Amaral, Monique Maria Lucena do Suruagy do
Format: Journal Article
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Educação Médica 2020
Associção Brasileira de Educação Médica
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Summary:Resumo: Introdução: O conceito de saúde está ampliado para além da ausência de doença e envolve atualmente todos os aspectos de qualidade de vida dos indivíduos, inclusive a percepção deles em relação à condição de vida, ao contexto cultural e ao sistema de valores sob os quais vivem. Método: Objetivou-se analisar a qualidade de vida dos acadêmicos de Medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) por meio do questionário World Health Organization Quality of Life abreviado (Whoqol-Bref) da Organização Mundial da Saúde. O Whoqol-Bref possui 26 questões, das quais duas são gerais sobre a qualidade de vida e a satisfação com a saúde, e 24 estão divididas em domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. As respostas são pontuadas de um a cinco, por grau de intensidade; após coleta, foram calculadas as médias dos escores e os domínios, os quais são convertidos em uma escala de 0 a 100. Resultados: Dos 188 acadêmicos, 62,03% consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa, enquanto 54,25% referiram estar nem satisfeitos nem insatisfeitos, insatisfeitos ou muito insatisfeitos com sua saúde. Além disso, nenhum dos grupos alcançou a “região de sucesso” na avaliação dos domínios, havendo diferença estatisticamente significante apenas do domínio físico (p = 0,02), em que se percebe uma melhora dos escores no decorrer do curso. Os alunos do primeiro e segundo anos tiveram pior avaliação nos domínios, demonstrando que a ansiedade e a expectativa sobre a graduação podem afetar negativamente a qualidade de vida. Em relação aos domínios, destaca-se o “sono e repouso” como a questão de pior avaliação, ocupando a “região de fracasso”, seguida da questão que avalia a oportunidade de lazer e recreação, provavelmente pelo fato de o processo de formação desgastante prejudicar também a saúde física, mental e emocional. Em relação ao sexo, as mulheres tiveram a pior avaliação em todos domínios e nas questões gerais, havendo diferença significativa no domínio psicológico (p = 0,04) e na satisfação com a saúde (p = 0,04). Conclusão: Portanto, faz-se necessário que se desenvolvam intervenções capazes de oferecer apoio aos acadêmicos de Medicina, de modo a ajudá-los a conseguir lidar com as dificuldades que enfrentarão durante o curso. Abstract: Introduction: The concept of health has been broadened beyond the absence of disease and now involves all aspects of an individual’s quality of life, including their perception of the living conditions, cultural context and value system under which they live. Method: The objective of this study was to analyze the quality of life of medical students at the State University of Health Sciences of Alagoas (UNCISAL), through the abbreviated World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF) questionnaire. The BREF contains 26 questions, two of which are general about quality of life and health satisfaction, and 24 are divided into domains: physical, psychological, social relations and environment. Responses are scored from one to five, by degree of intensity. Once the raw data had been collected, mean scores and domains were calculated and converted on to a scale from 0 to 100. Results: Of the 188 students, 62.03% considered their quality of life good or very good, while 54.25% reported being neither satisfied nor dissatisfied, dissatisfied or very dissatisfied with their health. Furthermore, in the assessment of the domains none of the groups attained the “region of success”, with a statistically significant difference only in the physical domain (p = 0.02), in which an improvement in the scores over the course of the training is observed. First and second-year students were evaluated worse in the domains, showing that anxiety and expectation about undergraduate training can negatively affect quality of life. Regarding the domains, “sleep and rest” stands out as the worst evaluated issue, occupying the “region of failure”, followed by the question that evaluates the opportunity for leisure and recreation, probably due to the exhausting training also harming students’ physical, mental and emotional health. Regarding gender, women’s assessment was lower in all domains and general issues, with significant differences in the psychological domain (p = 0.04) and health satisfaction (p = 0.04). Conclusion: It is necessary to develop interventions capable of providing support to medical students, helping them to cope with the difficulties they will face during the course.
ISSN:0100-5502
1981-5271
1981-5271
DOI:10.1590/1981-5271v44.4-20200008